30 de dez. de 2014

Coragem!


E então, falando nisso, quando você vai começar a se reconstruir, a se reinventar? O momento, a virada de ano, com todo o simbolismo de fim e início de ciclo, é mais do que propício. Não o deixe passar em vão. Mãos à obra; pés no caminho e coração empenhado. Assim, criará as transformações pelas quais anseia.

Feliz 2015, saúde, sucesso, paz e luz, e um grande abraço

25 de dez. de 2014

"Carta final à Srtª. Vergangenheit"

​Não importa o tempo quando já não há mais tempo. Não quero lembrar que dia foi hoje.

Preciso ser formal mesmo depois de todos esses anos. Mas como estou indo embora, e a única coisa que lhe deixarei em meu rastro meteórico será essa carta, que ela possa então ser uma lufada de vontade em tuas ideias turvas, e mais ainda um sopro vil de retribuição. Saiba também que mesmo tendo o poder de destruir você completamente, em 1 segundo, não o farei. Não é de minha natureza ser ruim, perverso e mal, ao contrário do que você idealizou nesse mundo louco que você construiu pra amenizar sua realidade escrota. Sim, seu pior castigo será constatar que ao menos um demônio que você inventou, simplesmente não existe.

Não entendo de onde vem essa vontade de destruir, se destruir e detonar os outros, como esses discípulos malucos que acreditam num paraíso atrás da destruição. Honestamente não sei o que se passa em sua cabeça; quando você criou essa imagem deturpada de mim mesmo, que sua língua enegrecida de mágoa e frustração decidiu pintar e borrar, em nossas memórias infinitas.

Não sei em que momento você começou a sentir raiva de meu progresso. Você voltou a ter 13 anos, inconsequente e vingativa, pra atirar seus frutos podres lentamente em todos em volta de você; isso sim, pois meu retrato está longe de ser o primeiro vitimado pelo pincel negro que você esconde no lugar da língua; eu digo isso sendo poético. E de verdade, você ainda deve ter 13 anos... eu tenho 32.

Sua alma roxa e escoriada de tanto "quase" escorre e espirra no progresso alheio, polui as baías e costas de nossa existência; destrói planos de fundos. E você continua no piche de seus conflitos, submersa até o maxilar, bebendo negatividade; um corvo pousou em tua testa e arrancou os olhos de teu bom senso; você deixou de enxergar tudo que é bom, virtuoso e gentil. Tudo que quer teu bem. Tudo que enriquece o caráter.

Fiquei, nos primeiros 3 dias, com tanto ódio que pensei em apagar suas fotos, apagar seus álbuns, apagar você da minha vida. Uma gentileza,

comigo mesmo e com todos esses anos de confiança que estão agora na lixeira. Mas depois resolvi que a melhor resposta era te ignorar. Mais que isso: era criar um eu de papel pra dançar com você, como este que deixarei aqui na sua sala. Um pôster de mim enfeitado com suas cores frias. Em um certo momento, parti pra cima de você com toda minha ira e me deparei com uma criatura inerte, indiferente, alienada e entorpecida da realidade. Você não vive mais no mesmo mundo que eu... e como isso é triste!

Mas preciso deixar bem claro, antes de ir em definitivo, quatro coisas para você encrustar na tela desse nosso quadro abstrato de sujeira e amor:

A primeira é que você não me conhece; nem 1/3 de mim; conhece uma parte - talvez as piores, que habitaram minhas confidências, e que aliás estão muito longe do que tua língua proclama; erro meu de achar que não seria nunca posto em julgamento por você. Te dar essa importância tem o fedor que precede uma descarga. Mas graças ao meu ser tacanho e desconfiado, te mostrei apenas essa ponta de iceberg; o resto será sempre um mistério para você, que afundada na lama jamais experimentará meu melhor. Deixo a você toda pressuposição que sua presunção desaforada conseguir montar. E deixo nesse pôster de papel um cordão com o pingente meu cinismo, ícone que só uso mesmo quando quero ir embora. Então não minta para si e nem para os outros: você não faz ideia de como sou bom, honesto e transparente. Ao contrário de você que carrega essa nuvem tempestuosa na cabeça.

Segundo: Já não confiava em ti, muito antes desse mar de merda. Por isso me precavi; essa parte boa de mim que compartilhou problemas e metas contigo não soltou nem a metade do que é real em mim. Não suponha entender meu coração. Há muito que você não sabe simplesmente porque a única coisa que você tem como plano é a ti mesma. (E Você está fazendo isso tão errado que chega a ser cômico!). Não conduza minha vida amorosa ao palco do teu circo de desgraças. Não use meu passado contra mim, pois meu passado passou. O seu continua um martelo vivo, esmagando e segregando sua sanidade a cada lua cheia. A verdade óbvia é que você está para trás, quando se trata de nós. Aceite isso.

Terceiro: Não sou capaz de entender sua inveja; minhas questões na vida sempre foram difíceis, nunca reclamei de minhas escolhas, nunca reclamei de qualquer ato ou fato de minhas condições. Lido, diariamente com meus dragões e demônios: brigo, enfrento, caio, levanto. Levanto e durmo de cara limpa. Venero e exalto o PROGRESSO, meu e de todos. Conquisto, faço, marco. Onde mora sua continuidade? Quem tem mesmo uma vida de merda? Quem mente pra si e pro mundo, se entorpece de mentiras e fugas, porque não suporta as próprias dores? Eu suporto tudo, e ainda suportarei muito mais. Te juro: tu nunca me verás no fundo contigo.

Quarto e último: guardarei, com todo carinho as memórias de um tempo em que você foi uma pessoa de bem; de princípios; que caminhava junto, emitia luz; se importava. Avaliava. Sorria com verdade. Esse tempo existiu e foi lindo. Infelizmente não posso mais participar desse mar de sujeira onde você navega. Ilusão minha achar que você nunca me respingaria. Você vive nessa névoa, se isolando do que é real. Como pode? Saiba que sempre te defendi. Sempre te elevei. Sempre te admirei. Tudo de coração e alma. Você tentou me esfaquear -- mas o que doeu não foi o golpe; foi saber (ou não saber) o que te motivou. Ainda mais quando eu sempre fiz tudo tão certinho. Eu penso mesmo que você só pode ser louca. Como essas prostitutas envelhecidas dos anos 20 – mas sem o glamour. Devia estar internada, interditada, vitimada. Levar choques, ficar amarrada. Mas seu hospício é teu próprio mundo, e todos os dias lá está você, torturada do sono ao meio dia, do almoço à meia noite. Aqui, o que ficou agora em mim de você foi um fantasma, que me lembra que todos os “errados” de ontem tinham razão a teu respeito.

Não preciso de PS's.
Sem mais, jamais.

Rodrigo S.