Tantos presságios, tantas pedras, tantos sineis. E eu cego.
Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver. Engraçado como agimos assim perante grandes verdades quem nos assombram como nuvens tempestuosas.
Eu sinto tanto não ter podido ver algumas coisas; não ter sido forte a ponto de ter me erguido perante tantas ações malfadadas...
A verdade é que eu queria ter esse estranho poder de dormir e esquecer as coisas em meus sonhos; deixar pra lá simplesmente, encarar cada mudança como um recomeço ou uma possibilidade de fazer melhor. mas não é assim que acontece. Nunca.
O sol e a lua são sempre os mesmos para quem entende os astros de verdade. Acho que as ciências me deixaram pessimista demais. Estou o tempo todo prevendo algo de negativo e arrumando vacinas para doenças que por hora nem existem.
A medida desesperada talvez seja melhor que o prévio entendimento.
As estrelas brilham, os eventos do céu me encantam, o mundo gira afinal. E até sai do lugar segundo sei.
Mas a vida é realmente uma rocha muito difícil de se moldar. Os diamantes são cada vez mais raros. As catástrofes mais ameaçadoras. As estrelas mais nubladas. E as nuvens ainda são as mesmas, assim como a chuva - às vezes chove ácido, mas isso não é novidade.
Os raios caem nos mesmos lugares e as probabilidades, pouco contrárias.
Por favor: devolvam as vendas dos meus olhos!
E, por enquanto, Mário Quintana. Até...
"Tão bom viver dia a dia. A vida assim jamais cansa. E só ganhar, toda a vida, inexperiência, esperança. Nada jamais continua, tudo vai recomeçar!"