Um foto-diário de textos alarmantes; Sonhos partidos, sensações, sentimentos, esterco, pérola, bunda, diamante, cartas, cacos, vasos e qualquer alegoria fora de moda...
21 de nov. de 2010
Fragmento de uma conversação - "Total Eclipse of the heart" (Da série de papos cafonas!).
Fragmento 2: (...)Fico olhando amores como os de alguns de nossos pais, avós, todos recheados de problemas que consideramos imperdoaveis-mas eles sempre
6 de nov. de 2010
Desgovernado
O nome é "Desgovernado".
"De vela alta, navegar.
Saiu sem tomar café, como fugitiva de meu cárcere privado pervertido e desalmado!
Deixou uma rosa e minha cama feita! E um bilhete sem adeus, com seu cheiro nos lençóis, que agora desconheço, de tantos cheiros, tantos aromas, tanto doce e tanto féu, tantos sabores... eu desfaleço, e molho o quarto com lágrimas de água salgada.
Do meu mar desvirtuado, de meu barco desgovernado... sem porto, sem ondas, sem amanhecer: de areia elouquecer; de pés cansados, agora, adormecer."
Epílogo do fim descomeçado
Eu espero que leia, pois essas são minhas ultimas palavras e são para você.
Se brigamos, jogamos pra fora as mágoas que estão por dentro antes que criem raízes. Mas o silêncio me fere! Brigue comigo, mas não fique calado... Não suporto a voz do silêncio quando sinto e sei que há tanta coisa que poderia ser dita...
Depois do dia em que te conheci, passei a ser de eu para nós. Agora preciso reaprender a ser uma metade perdida em busca de si mesmo. Serei de nós dois a parte que se desprendeu e caiu... que ficou perdida e desamparada, despencando de algum lugar que não tem fundo. Será que a vida não acaba quando um amor acaba?
Poderei ser teu amigo, o melhor que você já teve, só não me diga pra deixar em pausa meu amor. Ele não saberia ficar ali parado, ainda que eu amputasse de mim mesmo. Talvez ele apodrecesse como uma parte do meu corpo... Mas você quer um amigo, não um coração perdidamente apaixonado por você. Não prometo nada, não posso: nunca aprendi bem a separar essas coisas... Me despeço sim, desse amor, para que nasça qualquer coisa que me faça levantar, embora duvide muito. É mais fácil procurar um ombro amigo que um coração amoroso quando se está infeliz. Pelo menos para alguns... não é o meu caso, infelizmente...
Então derramo meu amor nessas palavras finais. Comigo, lindas lembranças de tudo o que vivemos, que serão agora que nem as gotas da chuva no vidro, enfeitando a janela para que o sol venha secar; um momento sem futuro.
Digo ao meu coração para que não fique triste. Mas ele se escondeu na entranha da ruína do que me restou do espírito para não me ouvir. Amanhã serei apenas um alguém mais no caminho do amor desencontrado. Mas... por você, com você, era e sempre foi para você, unicamente.Pode chorar mas não desperdice muitas lágrimas. Guarde nossos sorrisos e nossos abraços. Sabe o que eu mais queria agora? Que você tivesse escolhido a mim... isso me faria a pessoa mais feliz desse mundo. E isso é também, algo que sei que nunca terei. Desculpa por hoje, desculpa por ontem, desculpa por dizer coisas que não queria. Me sentir ferido de novo me faz fazer isso. Seja o que for que me aguarde, eu preciso seguir. Preciso ir. Nunca senti a dor de perder totalmente as esperanças num sentimento, mas é isso que estou sentindo agora. E, pelo amor de Deus, tudo que estou fazendo é te dizer a verdade. Nunca seremos nós, será sempre eu e você com tudo que nos couber. Você deve ter coisas tão mais importantes pra pensar nesse momento, desculpa por dizer essas coisas assim. Mas é que está doendo e eu não posso evitar, não há como evitar. Não há forças pra me evadir disso, tomou conta de mim por inteiro. É um veneno que já não dá mais pra cuspir: chegou ao coração e ficou.Espero que você faça o certo de agora em diante, já que pra você eu fui um erro tão desimportante a ponto de ser descartado; já que nosso amor é algo tão pequeno e desinteressante que pode ficar pra depois.
Te amo. E por te amar, Adeus.
1 de nov. de 2010
Nossa gota d'agua...
(...)Enquanto liam, ao mesmo tempo, os dois, uma carta meio figurativa, de texto insano e subentendido, místico, meio maresia, meio onda, meio tsunami sabe? Meio destruição, meio lírio... Um tabefe na cara! Um tabefe nunca fica sem perdão...
Aí de repente surgiu aquela pontinha de dúvida, do tamanho de uma pulga, suada e suja, que incomodava que nem sujeira. Uma dúvida inconsistente de como poderia ter sido juntar nossos caminhos num só, de como seria não ser tão suscetível às coisas da vida que já sabemos, desde pequeno, que são más e perversas. Mas desentendemos... inistimos em desentender, tudo. Até de como seria saber sentir de maneira honesta e plena, de como seria amar humano, amar inteiro, amar de fato. Amor besta, esse, que só traz devaneios e subornos de si próprio, amor escroto do caralho, que suprime a própria ida e vinda num desterro de mágoas e transtornos. Mas que ainda assim era perfeito. Só um pouco empoeirado, mas perfeito.
E aí? Aí passou. O que mais tem no mundo é gente que gosta de sujeira.
Rodrigo S.
Resolvi hoje postar só Caio F. Abreu; por não ter disposição pra achar palavras em mim e me acomodar na idéia de que isso já foi feito...
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."
"Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar."
"Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. Seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada."
"Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não consegurás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele(...)"
"Não, você não sabe, você não sabe como tentei me interessar pelo desinteressantíssimo!"
Caio Fernando Abreu
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