(...)Enquanto liam, ao mesmo tempo, os dois, uma carta meio figurativa, de texto insano e subentendido, místico, meio maresia, meio onda, meio tsunami sabe? Meio destruição, meio lírio... Um tabefe na cara! Um tabefe nunca fica sem perdão...
Aí de repente surgiu aquela pontinha de dúvida, do tamanho de uma pulga, suada e suja, que incomodava que nem sujeira. Uma dúvida inconsistente de como poderia ter sido juntar nossos caminhos num só, de como seria não ser tão suscetível às coisas da vida que já sabemos, desde pequeno, que são más e perversas. Mas desentendemos... inistimos em desentender, tudo. Até de como seria saber sentir de maneira honesta e plena, de como seria amar humano, amar inteiro, amar de fato. Amor besta, esse, que só traz devaneios e subornos de si próprio, amor escroto do caralho, que suprime a própria ida e vinda num desterro de mágoas e transtornos. Mas que ainda assim era perfeito. Só um pouco empoeirado, mas perfeito.
E aí? Aí passou. O que mais tem no mundo é gente que gosta de sujeira.
Rodrigo S.