7 de jan. de 2013

Poção do amor nº 8.

 


Via Lagos, 06 de Janeiro de 2013.

Papo reto.  

Há quem se apaixone por uma parte, há quem se apaixona por um todo. Há quem se iluda anatomicamente, e simula químicas inexistentes. Vou explicar primeiro numa palavra: Volúpia. Agora posso esmiúçar esse corpo:
Conheço muita gente - e não são poucos - confundindo enormemente a paixão e devoção por um membro, ou uma fatia de carne, ao invés d'uma pessoa completa por si só. São muitos os caras apaixonados por um par de peitos, ou mulheres por um p... ou um corpo musculoso, ou vice-versa, não importa.





  

   O foco é que os hormônios andam sufocando o coração das pessoas. É engraçado e patético ao mesmo tempo; ter um corpo legal e uma aparência boa, ou até um fator que te torne atraente é um jogo a mais. Mas o foco deve ser maior. Acreditar nessa perfeição tão suposta e estranha é uma burrice sem tamanho. Pode existir um peitinho perfeito, ou um par de braços ou pernas, ou um rosto bonito, mas isso não torna a pessoa perfeita. Não uma perfeição duradoura.

   Entenda: o ser humano é cheio de falhas e imperfeições; cheio de vacilos e deslizes, naturalmente. Cotidianamente. A questão não é o que o outro faz com você, pois isso é você quem decide se é ou não capaz de lidar e suportar; a questão máxima da vivência é o que você faz com isso. Se você se der limites, se der ao respeito, se der ao trabalho de tentar fazer alguém feliz, e houver o mínimo aceitável de reciprocidade, parabéns, você está no caminho certo. Mas cuidado pra não estar apenas abocanhando aquela fatia de carne e músculos, pois, no maior clichê dos fatos, nenhum ser humano ficará bem alimentado vivendo só de lanchinho. Assim como a alimentação deve ser balanceada, as relações também devem. Ficar mais bonito(a) para seu parceiro(a) é algo bom, tornar-se mais atraente de alguma forma é saudável para o casal. Mas levar um todo por uma parte é burrice. Busquemos então a perfeição no caráter, na verdade, na honestidade, na fidelidade, nos valores hoje assim tão, "fora de moda". Busquemos aquela pessoa que não é a mais bonita, não é a mais gostosa, mas que vc levanta os lençóis de manhã, olha e diz: - "Porra, mandei MUITO bem!". Só pelo fato dela ser quem é, com o caráter que ela tem e com as alegrias concretas que te proporciona hoje, e quando as rugas se apossarem de seu corpo.

   Não precisa fazer tudo por ela, nem tudo por você, mas se fizerem tudo por ambos, tudo ficará bem. Isso tudo parece de uma simplicidade muito óbvia, e realmente é. Mas as pessoas preferem delusionar, pegando atalhos de silicone, plástica, academia. Essa carência e essa necessidade de ser desejado é o que tomba as relações nos clichês egoístas dos términos e põe as pessoas ladeira abaixo. Todas as bundas também vão ladeira abaixo. Mas o caráter, prezados, o CARÁTER, esse fica de pé. E é tudo que te sobra no fim.


R.