Um foto-diário de textos alarmantes; Sonhos partidos, sensações, sentimentos, esterco, pérola, bunda, diamante, cartas, cacos, vasos e qualquer alegoria fora de moda...
12 de nov. de 2013
Tiro no pé, com bala ricocheteada no peito.
Acho engraçada essa "pseudo-felicidade" que fazem os casais em sua efêmera tentativa de estampar a felicidade, como se fosse um quadro de uma paisagem que não existe. Colorindo versos para tornar mais atraente algo que poucos querem realmente saber... Soa artificial, estranho, e pior: normalmente escorre rápida e efusivamente no córrego tórrido das águas passadas... Como se tivesse um botão nivelador entre "Amor de minha vida" e "Te odeio para sempre", com vários subníveis de sentimentos que necessitam ser expostos como uma experiência de laboratório, em redes sociais onde a maior preocupação de todas é forjar uma felicidade que, se olharmos bem de perto, não existe.
Eu sempre associei efusividade e euforia ao desespero. Quem precisa estampar, desde ofensas até sentimentos mais "nobres" está profundamente desesperado. Existe duas vertentes: estar feliz e se bastar neste saber, ou estampar felicidades falhas e efêmeras em maquiagens e máscaras. A presença de uma certamente denota a ausência de outra.
Falo por mim: sempre que quis exibir algo, estampar na galeria e esperar pela platéia quase sempre venenosa e sugadora, não era real; e honestamente, no fundo, sempre soube que não era... Sentimentos reais se bastam no sentir. A ostentação e a vaidade caminham de braços dados com a infelicidade e a insatisfação. E todas precisam de máscaras, maquiagens, e se despudoram na exibição.
Melhor não julgar; isso foi mais uma observação que um julgamento. Uma colocação aos tantos que se jogam desatentos no mesmo lago derradeiro da (des)ilusão.