24 de jul. de 2012

Uma epifania no epitáfio.


Sou negativo. Não sempre, mas maior parte das vezes. Ou me tornei; dessas coisas que não se controla, se fixa na essência e muda todas as fórmulas. A questão é que quando um ser, uma partícula negativa, encontra uma positiva, gera-se o choque. Um princípio tão físico, quanto matemático. Só não confunda negativo com pessimista. A diferença - acredite - é abissal e linguística.
Perdi aquela disposição insana de mergulhar fundo no âmago na natureza humana. Não existe graça em viver na previsão dos comportamentos. Quero resolver dar uma chance pro sobrenatural, pro improvável, pro inexplicável. Mas as chances da realidade não estão a meu favor. A realidade é um soco na cara de quem sofre de insônia; insones sonham pouco. 
A vida é tão imediata,  ao mesmo tempo requer tanta paciência... 
Ainda hoje passei o dia pensando no paradigma da felicidade. Em quando o ser humano realiza seu ideal de felicidade. Aquele momento só dura umas semanas, talvez uns meses. Depois, precisa ser ampliado ou dissolvido; aí só restam duas pseudo-virtudes: a melancolia ou a ambição. Demais, ademais, o desejo de mais, ou a tristeza pelo excesso. É onde moram os milionários suicidas, alpinistas sociais e os tantos clichês dos que conquistam e abandonam. Faz sentido essa idéia de se sabotar, quando não se tem uma meta na mira dos olhos, ou um mapa, pelo menos. Mapas que mancham, olhos que cegam, e tudo se torna essencialmente infame. Assim, de repente, perdi a vontade de definir...
R.