Vamos falar sobre Impeachment?
Já que estão todos erguendo essa bandeira... acho lindo, como qualquer comoção nacional, popular, movimento contra o mau emprego do dinheiro público e os tantos escândalos calados que escondem esses 500 anos. Como existe o fluxo e a maioria, falarei por mim, mas espero causar ao menos um lapso de reflexão e realidade. É fato que somos um povo politicamente ignorante, guiado por siglas e referências midiáticas tendenciosas. O "boom" da internet trouxe esse quadro à tona com mais força que nunca. A confiabilidade das fontes é duvidosa, notícias coerentes voam de mãos dadas com uma poluição digital épica.
Abrindo o jogo: minha candidata foi a Luciana Genro; Por quê? Bom, porque apostei - e ainda aposto - em algo inovador, diferente, uma política que possa ser aplicada e influenciada por conceitos novos, que não sejam tradicionalistas, católicos, evangélicos, bitolados ou provenientes de currais e cartéis onde poucos se beneficiam. Alguém que pudesse dar voz aos meus sempre tão transparentes e ativos deputados e senadores (sendo do Rio, não posso dizer o mesmo de governadores...). Errado ou não, apostei no novo, e não me envergonho disso.
O povo tem medo da mudança mas quer mudar, o que é uma contradição em termos. O pensamento profundo é "vou apostar no que já conheço". A escolha é sempre entre o meio-bom e o meio-ruim. Em termos de política, aderir ao PSDB e afins é regredir a uma realidade de concentração de renda, onde o país era loteado, o patrimônio nacional era literalmente vendido, atendendo a interesses restritos O horror da era FHC. O PT foi, por um tempo, herói. Trouxe um cenário novo à nossa economia (Não colega, sua vida não melhorou só porque você trabalha duro ou porque o destino foi bondoso com você... o mercado se abriu para as empresas e indústrias estrangeiras, tornou-se atraente, expandiu os horizontes. Quem negar isso não sabe onde vive...) Mas manteve os enraizados esquemas maldosos - que, estranhamente, só emergem em anos eleitorais. Todo movimento aqui tem um interesse. Por mim eu digo: não me convidem para manifestos. Não me convidem à gritar por impeachment. O próprio então presidente Collor só "sofreu" esse mal porque mexeu no patrimônio individual de cada um. Os últimos deles foram calados pela copa, e estes serão pelo carnaval - porque o circo sempre foi o ópio do povo. Especialmente aqui. Especialmente quando partidários se enfrentam como se fossem torcidas organizadas de futebol; ou ainda aquela mobilização toda em escolas de samba. O silêncio vence através dos "coliseus" da vida...
Meus caros, enquanto a consciência não for HUMANA, PATRIOTA e UNIVERSAL, enquanto formos regrados pelos mesmos líderes duvidosos que insistimos em reeleger, pela repetição incessante de siglas partidárias (...não?! ...veja os últimos 24 anos e faça uma análise...!), tudo será uma grande repetição.
Perdoe se atingi o ego ou as crenças pessoais de alguém, mas espero, ao menos, que sirva de reflexão e que haja um #impeachment na zona de conforto!
(Por Rodrigo Simões, do texto original "Bandeira Murcha" postado em 11/02/2015)