Não sei em que hora fechei a porta. Deixei de abrir no dia seguinte. E outro, e outros. A janela passou a ser um refúgio. Olhei o mundo por muito tempo. Descobri, em mim, um outro eu nesse quarto fechado. Aos muitos que esmurraram minha porta peço desculpas. Peço desculpas até aos que passaram indiferentes por ela. Pedir desculpas pelo que não se faz é pior que errar irremediavelmente. Estou abrindo lentamente e, embora ainda cego pelas luzes daí, esse outro eu que nasceu aqui sussurrou em meu ouvido que eu devia ir. Eu vou, devagar. Quando perde-se no tempo essa pressa lamuriosa, os ponteiros até conseguem fazer música!...
Um foto-diário de textos alarmantes; Sonhos partidos, sensações, sentimentos, esterco, pérola, bunda, diamante, cartas, cacos, vasos e qualquer alegoria fora de moda...
17 de abr. de 2015
5 de abr. de 2015
4 de abr. de 2015
Estranhos
-"...pois veja meu amigo, sempre existirão aqueles momentos em que sua paz será perturbada... Demolida. Estilhaçada. Não há refúgio. Estava só, em minha fortaleza inabalável. Veio o tal do amor bater à porta. ignorado, esmurrou, arrombou e entrou. Negligenciando todas as leis de propriedade privada, lá vem ele outra vez. Prisão preventiva, cárcere privado. Procuro, claro, um habeas corpus. Mas já fui julgado e condenado sem que pudesse me defender. Minha sentença é amar, mais e mais, incansavelmente, até que cesse o meu respirar." -"Mas que merda heim, cidadão?"
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