30 de set. de 2009

...desativar bombas!



Não há sensação melhor!
Trabalho em dia, projetos andando (não todos que eu queria), tudo dentro do prazo, expectativas de estar com pessoas que amo, expectativas de novos recomeçares... acho que finalmente aquele maldito inferno astral passou! Continuo não sendo positivo e acho que isso é de minha natureza: torcer o nariz com indiferença a tudo que não acredito. E olha que eu acredito em bem pouca coisa. Mas isso não me impede de esperar e de agir. É nisso que acredito. Acredito naquele terreno que pode ser arado, acredito no trabalho, acredito nas portas fechadas e em todo mistério guardado e aguardado por detrás de cada uma delas. Acredito naquela ambição de ser e não somente estar; de crer sem se perder. Não, eu não estou me tornando positivo, não estou me tornando otimista; acho isso tudo muito brega e deslavado! Mas acho que estou mais autônomo me meus ditos, minhas atitudes, meus erros e minhas conseqüências. Estou mais certo de meus passos e aquela névoa chata parece estar menos densa por agora.
Nesses momentos a vida nos da aquelas rasteirinhas indesejáveis, por isso não vou erguer os braços e nem prestar tanta atenção nos horizontes. Sonho quando durmo.
Quando acordado luto contra os ponteiros, luto contra os falsos profetas da vida, as falsas sensações exacerbadas de qualquer coisa. Tenho uma tendência natural a pecar pelos excessos (e olha que eu nem acredito que se exceder seja pecado), por isso estou me policiando mais, falando menos, agindo mais e pregando mesmo. As convicções são as mesmas. As crenças são as mesmas. O Sol está um pouco mais forte, apesar das nuvens.

Love is in the air, baby!
Ah,o retorno de saturno… nunca pensei que me apaixonaria tanto por essa fase!

Expectativas? ...pro meu aniversário, assim como os poucos amáveis a quem reservo esse momento!

Até breve!

Rodrigo S.




"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta."
Marta Medeiros



23 de set. de 2009

"Essa carinha de felicidade é só cansaço!"


"Vai! ...desce as escadas desse degrau degradê de emoções e sensações. A subida tinha a minha mão. A descida não tem corrimão. A cada degrau uma emoção que deixamos para trás, a cada janela uma memoria perdida."A fonte do esquecimento está a esquerda da porta do inferno"Ja anoitece. Pouca coisa mudou. Do dia nublado herdamos a escuridão profunda e crescente do tempo e seu beijo lento, forçado e erótico na madrugada. Não há lua nem romances, nem luzes nem nuances. Há aquele medo quase digestivo de quem sente muito e fala pouco.Avançam as horas. Os ponteiros já não podem mais sincronizar as batidas do coração, cansado e faminto. Melhor tirar a mesa, melhor lavar essa louça suja e deitar, pra sonhar que ainda estamos acima das nuvens.Acordo: pesadelos. Viver só seria mais justo se fossemos filmes, cada um de nós, películas giratórias de quadros infinitos e fatos congelados. Cada rua um roteiro, cada cena um cenário - sem diretor! Chega de gente dando ordem. Mas o Sol pomposo ilumina a ordem da realidade e cega os sonhos e pesadelos, afasta os demônos e queima os vampiros. Eu nem gosto de sol; nem de vampiros, nem de demônios. Por isso moro no crepúsculo, no lençol do sol. Ambígua é a vontade de quem deseja e não alcança, de quem corre e não descança, descalçado de esperança.Minha história, essa chata e enfadonha que faz você torcer o nariz, é contada nos vitrais e janelas desse templo, dessa escada, que continuamos descendo sem olhar um para o outro. Apenas esticando verdades em palavras. No final, lá embaixo está o barco. Num porto. E não há nada de seguro nesse porto. Nada."

20 de set. de 2009

A crisálida e a fogueira


Não, não quero morrer cheio de certezas, procurando porquês, acreditando em tudo que é constante e eterno só porque dizem há mil anos que será...

Essa subimissão perante os fatos, essa pressão que tudo que é perfeito é eterno, enquanto o perfeito é todo momentâneo. O dos momentos, eu sei, tenho razão e controle. O que me descontrola, às vezes por dias, meses ou anos a fio, é o sentimento. O sentimento sim, afeta anos de sua vida, anos de sofrimento, anos de paz, anos de casamento, anos de medo, anos de glórias absurdas e batalhas que caem no equecimento de quem vê. Mas quem sente meu caro, não esquece.
E nessa vida desenformada e desinformada que dizem pra você ser certa, exata, que nem um sapatinho de cristal – e olha que esses sapatinhos a gente só vê em contos de cinderela – daqueles que nunca cedem com o tempo, onde a princesinha se acostuma a sentir dor nos pés, e o babaca do príncipe, na maioria das vezes nem dá as caras; nessa vida expurgada da vontade de monges e inquisitores, nós vivemos... Nesse abandonado caldeirão de bruxas queimadas e idéias distorcidas. Verdade mesmo é que sapato velho não machuca o pé. E as esquinas estão todas cheias de fogueiras e inquisitores. Ainda se queimam mais do que qualquer um imagina. Todos que se voltam contra o sistema, não o político, nem o social, mas o sistema sentimental, comportamental e toda essa incoerência escatológica e fúnebre de amar e odiar, preto e branco, luz e sombra, dia e noite.

Mas não! Eu acredito nos altos e baixos, em relevos e sensações. No tato volátil e voluptuoso. Em superação, em mudança e acredito até naquela sombra mal povoada que dizem tão nefasta, mas que nos revigora, nos faz trocar de pele, de casca, de asa... nas mil crisálidas da vida! Acredito em tudo que posso sentir, pois isso é o alimento de minha vida, o que diferencia meus anos e décadas e até séculos, se minha marca puder sobreviver além de uma tumba. Eu
acredito no meu coração. Meu cérebro, eu guardo, pra matemática ou para os vermes.
Rodrigo S. - 20 - 9 - 2009
A iminência de ficar mais velho acaba me fazendo pensar na vida...