Perguntaram o motivo pelo qual escrevo. Respondo, fácil: escrevo pra desabafar. Pra não me tornar alguém regido pelos meus problemas - problemas que tenho, como todos, comigo e com o resto do mundo. Escrevo pra deixar opiniões, pré acabadas como estátuas sem polimento; como desenhos sem acabamento. Escrevo pra dizer o que sinto; se no futuro não for mais capaz de sentir aquilo, tenho um "backup" de mim mesmo. O registro do que senti é meu caminho de volta pra fazer de novo, fazer melhor. Meu tratado de memórias, meu diário de bordo. Quase sempre sou subliminar, ainda assim passional. Desejo provocar algo, uma epifania, uma concordância, um lapso de qualquer coisa. Escrevo pra tecer um pedacinho meu em algum lugar. E explico isso numa situação tão adversa intensa... mas me explico, me registo, me devoro - dias, meses, anos depois. Escrever é encher a dispensa de ingredientes pra me refazer; de pequenas tardes ensolaradas, manhãs embebidas sonhos, noites calmas ou tempestuosas. É meu caos. Escrevo pelo mesmo motivo que os pássaros voam: porque posso, porque devo, e porque preciso.
"Ele não sabe o que quer!" Disseram sobre mim. Não disse nada, mas pensei secretamente: eu quero tudo!
Caminhos... sempre novos. Até...