2 de jul. de 2016

Jogo de desinteresse (ou Prólogo de Vênus)

Espero que esse texto possa mudar algo em você. É com você mesmo que estou falando. Você aí, nessa multidão. Desde quando passou a ser moda ser a parte menos "desesperada" de uma relação? Não falo só de namoros. Falo de amizades ou qualquer forma de aproximação. Existe uma certa vantagem em ser "a parte que gosta menos do outro" na relação porque, em algum momento bizarro, alguém inventou que era legal ser independente, auto-suficiente e "ter mais o que fazer". E, cá entre nós, como isso detona o romantismo! Como isso faz as pessoas perderem aquele tempero de uma vida toda, de mandar uma mensagem fofa ou aparecer sem nenhum motivo especial, acabar o dia na beira do mar falando bobagem e bebendo cerveja, ou tomando um sorvete. Meus Deus, 99% das pessoas que conheço têm medo de abrir o coração! É possível imaginar isso? Olhe em sua volta. Olhe você. Olhe a cultura que diz que existe algo mais importante que alguém que pode ser a pessoa que vai passar o resto da vida com você. Não são conclusões difíceis. "Não vou dar esse mole de ser tão fácil. Tão disponível. Tão desesperado(a)." A vida passa tão rápido. E, no fim do caminho, essas coisas farão toda diferença. Essa idéia de independência que plantaram na sua mente tá fazendo seu coração empedrar, junto com o resto dos seus anos. Abra seu coração pro amor. Se jogue nos seus sentimentos, tome um "banho de água fresca no lindo lago do amor", pra diluir essa lama cultural que tá sujando sua alma. Ame! Diga que ama, diga o que sente. Todos os dias. Arrisque. Chore, ria, viva. Deixe seu coração bater e apanhar. É a única forma que eu conheço de viver - graças ao Deus que me fez assim. Ou à biologia, vai saber... E com todo respeito, o amor está na natureza de todo humano. Tirando os piegas que rasgam por aí os oito ventos, seja você. "O mar está meio cheio de peixes". Porra nenhuma! Cultive. Cative. Preocupe-se. Ajude. Essa é a primeira forma de caridade - aquela que aprendemos ainda no peito. Muito me estranha ver isso diluído em convicções falhas, que vão cair com a velhice. Orgulho besta ser feliz sozinho, ter medo de pôr o peito na reta. Decida, hoje ainda, não temer o outro. Aceite, abrace, lide com as falhas. "Não ser obrigado(a)" é a primeira excusa de todo covarde. E de covardia jovem, a (sua inclusive) história já está farta!