Livro dos Prazeres - Prece em 11/03/08
"Alivia a minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária, faze com que eu não Te indague demais, porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta, faze com que me lembre de que também não há explicação porque um filho quer o beijo de sua mãe e no entanto ele quer e no entanto o beijo é perfeito, faze com que eu receba o mundo sem receio, pois para esse mundo incompreensível eu fui criado e eu mesmo também incompreensível, então é que há uma conexão entre esse mistério do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê-la, abençoa-me para eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesmo, pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém."
Queria mesmo era ser um desses infinitos desconcertantes que desvendam todo sentido de todas as coisas, e morrem de rir no final.
No final é o que eu vou fazer: morrer de rir, agora que acho tudo engraçado até a próxima lua nova...
Bipolar?
Fiz a descoberta da minha vida!
O maior erro de todos os tempos era esse: medir sentimentos!
Mensurar o imensuravel! Analisar o valor de qualquer coisa pelo seu tamanho ou por qualquer outro motivo besta e nefasto que me fazia sempre fazer uma analise crítica de um sentimento...
Com isso meus amores foram ficando medíocres, pequenos e desconcertantes... eram produtos medidos, pesados em uma balança, e colocado em uma prateleira que lhe cabia...
Hoje não mais... a partir de hoje tudo está espalhado... cada jóia única única exposta entre os joios de todas as colheitas que ja fiz... chega de rotular e desvendar o que só precisamos sentir!
Meu pecado de hoje em diante será o excesso! Não o excesso desenfreado da quantidade, nem o excesso restritivo da qualidade, mas o sabor intenso de viver de fato.
Todo dia me apaixono por alguma coisa inédita... meu maior defeito será minha maior virtude!
Sacanagem - MESMO - é amar de verdade....
Essa é a verdadeira sacanagem!
O que eu não quero é saber da angústia dos mal vividos
Que desperdiçam seu tempo com o vazio, e vivem de promessas mal feitas
Ou então desfeitas de tão imperfeitas; dessa falsa razão
Que finge reger uma orquestra desafinada, onde ninguém se harmoniza
Esses estandartes sem cor, que andam por aí sem arte e reprimindo a dor...
Eu quero sentir o atrevimento, sem saber o rumo do vento
Enfrentar a chuva, e quebrar os coraçõs de cimento que de tão duros
já se esqueceram de bater...
Agora sim, quero subir a ladeira, escalar a montanha
E ficar muito mais perto do céu...
Quero o voo e o perigo, o arrepio no umbigo, o sabor do mel e do figo;
quero ser tudo que quiser e puder!
Quem sou eu caro desconhecido(a)? Sou todas as cartas do baralho, que enfeitam seu jogo mais distraído.
...poesia fragmentada de um momento entregue: rendição!
A sociedade está doente, e nós é que sentimos dor..."
Em um determinado momento você se assuta e percebe uma nuvenzinha negra pairando...
Então você ignora, como sempre faz por se achar forte...
Ou pensar que nada te afeta...
Ou correr e se achar atleta...
Aì assustado você começa a perceber o derradeiro inevitável: a destruição de seu jardim...
Assim, sem não nem sim...
O que antes era terra fértil de repente passou a ser seco...
Morrem não só as flores e o perfume de qualquer tempo, mas tambem o espaço dos sentimentos...
O que me da medo mesmo é a incapacidade de sentir; aí é que fico com medo de mim...
Olho pra cima tentando ignorar onde piso e penso com força: o mundo é grande demais...!
mentira...
Mentira...
...mentira...
Tira...!
Exitem outros lugares; e lá também haverão sombras...
"A sociedade está doente; e nós que sentimos dor..."
Nós...
Nós...
Nós.
Para os que me conhecem bem, é fato que meu maior defeiito é a teimosia e a persistência; não é nada fácil me derrubar, por melho que seja o golpe...
E nesses dias tenho percebido tanta gente se esforçando ao extremo para por pra baixo e me deixar desesperançoso, que isso só aumenta a minha vontade de ir em frente. E minha tão saudosa e famosa indiferença tem me salvado de minha própria destruição!
Já é fato que meu maior erro é deixar que todos tomem conhecimento do que se passa comigo; eu preciso - e devo - ser mais isterioso com o que se passa em minha vida, e mais metódico quando executo minhas ações...
Tenho grandes metas que vou atingir, não importa o que haja em meu caminho... eu sou mais forte que muita coisa, e posso ser muito mais!
"Na dúvida, estilo meu caro... estilo é resposta pra tudo! E anda escasso com tanta gente repetitiva... só não confunda por favor, repetição com persistência; afinal alguém como eu deve bem saber quantas opções existem pelo caminho!"
As pessoas andam tão em baixa nos dias de hoje que realmente os cães t~em me atraído muito... estar com eles tem sido muito mais gratificante que com humanos (salvo exceções).
Não é a toa que os homens são tão vulneráveis aos venenos da vida e da natureza... li isso em algum lugar, não lembro onde... mas é engraçado ver como as próprias palavras afogam e expressam ao mesmo tempo.
E se prolonga daqui o velho hábito de observar. Eu cada vez mais avalista no protocolo "pessoas", e tudo cheirando mal...
[algumas horas...]
...e to sentindo aquele silêncio que precede um grande acontecimento na minha vida... geralmente um tsunami... ou um furacão...
As novidades são muito álcool, muita gripe e poucos cigarros...
As saudades ainda são as mesmas...
...tem uma brisa muito silenciosa; em outra ocasião eu até ficaria com medo...
Não, não confie em mim. Não confiem em quem me confia! Somos todos iguais!
Eu aviso e viso o que você não pode ver... Tenho mil rótulos e dez mil contra indicações!
Sou tóxico, venenoso e poluente. Alcoólico! Politicamente incorreto, eu sou congruente e obtuso! Sou o atalho, o desvio e a perdição. Sombra e destruição.
Sou os abraços e beijos da rua escura. Sou amante, fervido: carne crua!
Sou aquela promessa que não foi cumprida; a calçada que não foi varrida!
A máscara: caída! O texto rasgado no lixo do quarto e a cama anda desfeita.
A gota de sangue despercebida, o desencadear da dor!
Sim... cuidado amigo! Eu sou rancor.
O telhado destelhado da tua telha. A idéia que centelha.
O mal, o novo e o antigo: o abrigo dos caídos. Desastroso: apenas perigoso.
Cuidado - eu te aviso, mas não sou teu amigo...
"Nada é para sempre...."
Quando ouve-se essa frase tem-se uma tendência quase imediata um pensamento negativo.
Pensa-se que amor não é para sempre, que felicidade não é eterna, que carinho, amizade, paz e bondade são sentimentos que podem, a qualquer momento, ser sublimados pelo iminente fim ao qual todos tememos. O que não deixa de obviamente ser uma verdade. Mas, para sempre mesmo, e isso vale para os sentimentos ruins em especial, é tudo aquilo que insistimos em manter.
Tudo aquilo que queremos que faça parte de nossa trajetória, que regamos e cultivamos dentro de nós mesmos. "O coração é sempre terra fértil" minha bisavó dizia; fértil para coisas boas, as rosas do amor, os lírios da bondade, as margaridas da felicidade e a lótus (única e rara) do incondicional, assim como às ervas daninhas dos sentimentos negativos; o medo, angústia, desespero, ira, tristesa e pesar.
Devemos pensar de fato que nada é para sempre. Mas formarmos uma opinião de que é necessário mudar para crescer, desenvolver sentimentos novos, discernir e amputar as tão negativas ervas daninhas dos sentimentos impuros, que sufocam
as flores de nosso jardim. Dos ciclos que vivemos, amadurecemos. Escolhemos a nossa colheita e continuamos semeando para o futuro. O bem atrai o bem, e o mal é a ausência do bem.
Que seja eterno o que escolhemos viver. Do resto, o tempo se encarrega...
[dias...]
- "Entenda de uma vez por todas: este será um desabafo sem métrica...Desabafo SEM métrica!"
- "Odeio quando você usa ênfases..."
- "Bom, só falo de mim. Eu não sei o que fica, só sei o que não fica... Acho que desaprendi a perceber as marcas, as cicatrizes e os rastros das pessoas; só sei mesmo reconhecer o que não está mais, o espaço vazio... não me lembro do que tinha, mas sei o que falta."
-"Parece egoísmo mas de um modo bem estranho eu entendo..."
-"Sinto como se o vento trevoroso da ausência tivesse levado de mim tudo que eu era. Acredite: sou um homem sem passado. Deixei para trás ardendo em cinzas tudo o que ja vivi: sentimentos, dor, angústia... alguns me chamam de frívolo."
-"Você sempre foi famoso pela frieza e pelo vulcânico... contraditório...!"
-"...eu mais que qualquer um, conheço a dor de mutilar e ser mutilado."
Gostos à parte: enfrentar seus demônios!Sempre desconfiei demais de quem se diz muito perfeito ou muito legal...
Sempre desconfiei de tudo que parece muito bom, muito calmo ou muito exato!
Há coisas ruins que se escondem nos lugares mais inusitados; todo covarde espera o momento oportuno para dar o golpe. O mal nem sempre está visível!
Portanto desconfie de tudo aquilo que é amado por todos. Desconfie sempre da maioria.
Ninguém segue isso pois é mais fácil ter um cristo do que dezenas de vítimas. Diminui os crimes por si só.
Sim, ainda prego a diferença!
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R.