Eu sou uma regra contrária; áurea, embora sem brilho. Necessário como o cheio e o vazio. Se contradição, jorro poesia - fria! Preencho sentimentos loucos e deixo arrogância e amor por onde passo. Lascivo - sem laço.
Faço; apenas o necessário para me tornar um pouco mais eu. Aos outros eu deixo a sombra do que verdadeiramente sou. Aos poucos, o toque no fundo de minh'alma: calma, branca e devassa, devoradora irreversível de tudo que há de risível. Eu sou invisível! E passo sem compasso pelas horas afora. Salto anos - e planos. Panos; envolvem a mesma pessoa de sempre; que mente de mente em mente; demente. Serpente? Não: veneno seria doce demais para o que sou. Sou ardência e calor. Explosão. Um não. Uma dúvida; sem resposta. Aposta posta a mesa para deleite dos vermes nas calçadas descalçadas.
Despercebido e descabido, eu sou libido! O sopro seco do não desejo! Vento. O décimo terceiro gongo: estrondo!
Sou o fim do seu começo; jóia sem preço. Eu sou tudo que você não espera. Fera? Quem me dera! Eu sou um milhão de fragmentos e pensamentos unidos, partidos em dois, numa busca desesperada por harmonia.
Rodrigo S. 25.4.2007
[Me apaixonei perdidamente pelo que acabo de escrever. ISSO, exatamente, sou eu.]