Essas pessoas mornas e de idéias equivocadas e mortais.
Tantas coisas, tantos preceitos e preconceitos. Tanto desespero disfarçado de alegria, tanta predisposição a destruição da vontade alheia.
O maior presente que já recebi - e digo isso como alguem que confia e acredita nos designios do cumprimento da vontade de Deus - é a vontade própria.
São tantos os falsos profetas dispostos a mudar o mundo em sua própria função...
Pessoas não contentes em fazer mover suas próprias engrenagens em função de sua vontade, ainda precisam manipular. Precisam se sentir fortes através da proibição, da restrição, do recalque e da pseudo-moral incisiva e inquieta do julgamento alheio, como se coubesse a qualquer um conceituar uma verdade e vender antídotos em portas de igrejas, em salões, boites e em qualquer esquina.
Lamentável: todos procuram uma solução rápida e de curto prazo. Como falta visão às pessoas, como falta visionalismo e idéias. Como faltam revoltas com alma, o senso de bem-comum. A vida está cada vez mais preenchida com futilidade e vazio.
A medida que se aproxima o karma-val, vejo isso. Como o momentâneo é solução para todos os problemas. As pessoas perderam o senso de investimento, o senso de sentimento, o bom-senso em geral agora é cafona. "Top" é mostrar a bunda e ganhar dinheiro. "Top" é ficar rico. "Top" é converter às suas crenças, e eu não falo só de religião: falo também dessa impregnação comportamental de imitar, de aceitar modas absurdas como verdades incontestáveis... Os ídolos são os falsos deuses da novela das oito, ou a acrópole de "Holiúde", ou qualquer rosto bonito, oco e opaco.
A cultura sim ficou vulgar. As raízes ficaram obsoletas. O estudo é superfluo. Nossos autores (Deuses de fato) caíram no ocaso do esquecimento. O saber é leviano.
Mas o som do pandeiro, todos conhecem.