30 de nov. de 2011

"Diário de Bordo"



Rio das Ostras, 10 de Janeiro de 2007.

Não posso exigir que ninguém me ame; mas acredito que você tenha algumas boas razões para fazê-lo.

Tenho pequenas coisas tão importantes, e muita gente não percebe nada. Não posso (nem quero) mudar seus pensamentos. Mas posso inspirar, e tenho plena ciência desse poder. Já passei anos e anos construindo algumas verdades, e vi algumas delas se destruírem em segundos. Tudo na vida tem duas faces, e aquele que não admitir essa verdade pode acabar sendo destruído por suas próprias convicções. Ainda vai demorar um pouco para eu ser exatamente quem eu quero ser; me livrar dos defeitos que me aprisionam, dos fantasmas que me atormentam, e até das belas máscaras que me assombram em faces alheias. Mas é preciso administrar a vida e controlar suas ações, ou alguém vai acabar controlando você (e você pode nem se dar conta disso!). Consegui algumas vezes ser herói, mesmo quando tive medo. O que eu queria de verdade é que minha alma fosse grande suficiente para abrigar o perdão absoluto; e expressar – com perfeição – meus sentimentos em forma de ações e palavras. Já fui cruel, impiedoso, inconsequente, e experimentei alguns amargos sabores da vida. Me feri, sangrei, chorei. Mas fico feliz por olhar para trás e ver que me curei de muitas coisas. Fui perdoado muitas vezes, mas não sei se me perdoei totalmente: algumas correntes são para sempre.

Mas o que eu não consigo é viver sem ter um pensamento formado sobre tudo; tento ser neutro em tudo que faço, mas tenho dentro de mim um senso que me faz diferenciar o bem do mal – apenas! - pois certo e errado é relativo demais. Luto por tudo aquilo que acredito, e por aqueles que amo. Amor, daqueles que você sente na alma, é raro demais para ser despercebido. Embora alguém que não passe de um desconhecido possa aparecer uma noite e mudar sua vida para sempre. Não há tempestade que seja eterna, nem noite que não se siga pela luz do dia. E se você não se adaptar a essa eterna mutabilidade da vida, e aprender as lições necessárias, vai achar que nada disso valeu a pena. Acho que minha lápide vai ter uns 10 metros de altura para que escrevam tudo que quero e pretendo ser e fazer. Não sou sonhador (não mais); mas sei voar, e por conseguinte, nem pousar. Tenho mais a dizer, e muito mais ainda a aprender. Falamos no caminho, você vem comigo?
Prazer... me chamo Rodrigo!