20 de dez. de 2012

Fim do mundo?






São muitos os que falam em fim dos tempos, em destruição e num suposto ponto final na humanidade. O medo dá raízes ao sensacionalismo. O que não entendem é que apenas se trata de uma transição; o dito "apocalipse" já aconteceu, continua acontecendo, todos os dias; basta contemplar todas as calamidades do mundo, em todos os problemas humanos, internos e externos. O que se segue agora é um período de interiorização, para entendimento do seu papel perante seu próprio mundo, uma melhora, que antes fora exercitada em comunhão, será agora exercitada como indivíduo, para que comecemos a experimentar a verdadeira regeneração. Apenas isso. Paz a todos. E uma nova era repleta de luz e esperança.

Um vídeo muito edificante sobre nossa postura pessoal, e que deve nos afetar como se hoje fosse nosso último dia.

R.

11 de dez. de 2012

"Distúrbio decembrino de comportamento social"


Essa minha mania de observar algumas coisas me dá azia.
Os velhos padrões que me irritam. Mas pára só um minutinho pra andar no meu ritmo e tentar entender minhas batidas incessantes nessa porta fechada: 
Cada dia é uma peregrinação. Um modo estranho de seguir em frente na jornada. Cansei de arrumar a vida em compartimentos; quero espalhar tudo, bagunçar misturar os aprendizados. E dessa forma, buscar algo que seja pleno, quase misticamente falando, um modo satisfatório, quase lendário, de trazer o bem, mesmo que aos poucos, a todos os setores à minha volta. E acima de tudo, com a consciência de querer me manter inteiro. Falta isso no mundo que vejo: simplesmente integridade.
Sacrifiquei tantas coisas belas em prol de outras que senti uma estrada que embora fosse reta, estava cheia de buracos. 

"...eu gostaria de arrebentar meu coração,
para que pudessem sair dali todas as coisas
que estão presas...
Minhas mãos são estúpidas, tímidas, desconhecidas...
Nossos corações são muito melhores que nós mesmos
e - entre todos os sentimentos e as maneiras que temos
para descrever estes sentimentos, existem mil véus...
Quando alguém consegue trabalhar de dentro
para fora, vive num estado de constante renascimento.
É uma reconstrução diária de si mesmo -
e, como já foi dito, o dia de ontem
já aconteceu há mil anos atrás..."
(Kahlil Gibran)




Ando cansado dos limites, das paredes, das ilusões delusionadas pelo dia a dia automático e enfermo de vidas que se cruzam sem se sentir. Que passam alheias e gratuitas em meio a um emaranhado indistinto de coisas amontoadas. Ganhar muito dinheiro não te preenche quando você não pode se envolver, viver, trocar, sentir, amar Plenamente. (veja bem, eu disse "Plenamente" com P maiúsculo!). Não essas coisas que dão e morrem. Ter em mãos uma coisa que pode chamar de verdadeira, isso sim. O tempo está passando e as multidões andam apaixonadas pelos padrões e etiquetas; não quero ser certo todos os dias, não quero ser cartesiano, não quero ser mensurado nas linhas de palavras formais - muitas delas sem o menor sentido.
Não quero o comportamento enformado, cimentado de mil argumentos estéreis de que ser feliz é ser parecido com alguém de perto, ou alguma comédia romântica em que tudo dá certo no final.
Quero um risco diferente, uma coisa que me dê gozo e alimente meu desejo, que mesmo tão acorrentado, possa falar suave no crescer de suas asas.
Sabedoria não dá diploma, não usa roupa cara, não gasta dinheiro com souvenirs de infelicidade, não cria imagens de ideais falidos de sentimentos.
O que fica, no fim, é a capacidade de sentir, se viver, de compreender, de amar e ser amado, de viver o certo pra você, mesmo que todos digam estar errado. "Aprender a compartilhar é o grande dilema do homem moderno" alguém vai dizer; mas o grande porém é abrir sentimentos em torno da vida.
Sinto muito por algumas escolhas do passado. É terrível estar bem, confortável, onde não quer se estar. É preciso sacrificar, mas não se pode sangrar o coração. Isso mata, aos poucos. E todo mundo está morrendo, não está?
Melhor então pensar no que possa vir a ser eterno. Para o resto, Deus ajuda, a gente reza.

Dando segmento ao meu resgate de músicas velhas, lembro que sempre ouvia essa mulherzinha linda quando estava mal por conta de alguma coisa que não estava indo bem. E hoje - adivinha só - ela bateu, com voz mansa, na minha porta...




10 de dez. de 2012

Reflexão de tarde quente.

 
"O meu amor eu guardo para os mais especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso. Erro, admito, aprendo, ensino. Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade."
Ou seja, é sempre você quem escolhe o porquê!

Os fins não justificam os meios, mas o que vale é sempre a intenção... e como um ser pensante, és plenamente capaz de julgar. O julgamento do outro é de fato incerto e vago mas o de si é sempre certeiro! A culpa é a indigestão dos incorretos.

Salve Shakespeare!

6 de dez. de 2012

A verdadeira vitória



"É tão bom quando a gente consegue entender e aceitar os efeitos em nós dos equívocos dos outros. É uma sensação tão suave de plenitude e liberdade, porque acabamos mesmo é por enxergar o quanto é bom não ferir, possuímos naquele momento toda a clareza do fato de que a dor de quem fere é muito maior... e, por isso, machucamos menos e perdoamos mais e, por isso, somos mais felizes, porque antes mesmo ser ferido do que ferir alguém. O que o outro nos impõe por dor ou desconhecimento das leis da vida é muito mais simples de vencer do que o que nós impomos aos outros pela nossa dor ou desconhecimento das leis da vida.
...
Conviver com uma ideia até que ela adquira maturidade o bastante para a concretude de sua realização exterior, muitas vezes, exige mais do que a sua própria concepção, vez que esta se dá de forma tão natural que até chega a parecer espontânea e a outra exige paciência, repeito e até um certo desprendimento de si para não maculá-la em sua essência. "

Esse trecho é de Marcelle Souza Felix. ...e ela também sabe.
Obrigado a minha parceira dessa e de tantas outras jornadas, pelas palavras de sempre, de conforto, coragem e confiança, que são um bálsamo para as adversidades da vida. De pouco em pouco, vamos chegando, à medida que superamos lentamente os espinhos do abismo.

Namastê!

19 de nov. de 2012

Do fundo do meu coração.


Ir ao fundo não é necessariamente tão ruim.
E às vezes, no auge daquele silêncio borbulhante de outro mundo, quando vou lá no fundo, tenho vontade de não mais voltar. Às vezes.



12 de nov. de 2012

Era uma vez duas irmãs: Felicidade e "Falicidade"

                     
 

Reflitamos hoje sobre a carta de Laudiceia, de um cantinho qualquer da bíblia - que aliás, nem leio nem creio, mas essa parte é absoluta em sua afirmação:


"...seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito".


É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Você já viu grandes narrações,

livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a inércia, a acomodação e o remanso.

Existe um tipo de pessoa com uma busca tão desesperada por cotidianos tranquilos, vidas tranquilas, amores tranquilos, dias tranquilos... não sei se eu sou o tipo de pessoa que etá sempre em busca de um problema, mas a regra que me move é o movimento. Já falhei em muitos aspectos, tive sucesso em muitos outros, mas a tranquilidade não me atrai. Prefiro acelerar a chegar depois. A ausência não me preenche em nada, a busca me deixa satisfeito, a busca por ser melhor, por tornar algo melhor, mesmo quando não é ideal. Aliás, o que é ideal? O ideal existe de fato, ou é você quem cria? As pessoas são tão omissas em entregar e tão pontuais em receber que o mundo está ficando cego e furioso; é tanta queixa que o pessimismo se tornou comum.


As pessoas querem caminhos em comunhão, e se esquecem que a felicidade é um poder interno; só nós individualmente podemos transformar o mundo num mundo melhor, numa transformação tenra, interna, íntima, de dentro para fora. Deixei muitas cicatrizes onde passei mas também deixei muitas jóias, muita alegria, muita mudança e assim pretendo continuar, sempre trazendo algo de positivo, algo que não seja queixoso, que não deixe uma fatia de vazio, oco e amargo. Me desacostumei tanto de me queixar que quando faço soa como comédia, do tipo mais mediana possível. Tenho medo de chocar, mas prefiro chocar que ser estático perante as coisas, mascarado, fingido ou mais ainda, fazer parte desse bando de gente que rema constantemente contra a maré pra buscar algo que nem elas mesmas sabem o que é. Exploro o desconhecido, mas não me alimento de imaginários ou sonhos estúpidos. Até emagreci de pensar nisso.




(...)




Parece que estou me desafiando musicalmente, não como essas correntinhas, e sim como um quase resgate de meus gostos mais primários. Um deguste abaixo.




Namastê! R.


7 de nov. de 2012

"Mnemosyne"


        Sou mesmo assim, tão difícil de entender? Me disseram, há bem pouco tempo, que possuo uma tendência forte a ser mal interpretado. Não sei se é de mim, mas busquei uma definição vaga, quase universal.

        O que eu quero e busco é tão simples, tão exato, que chega a ser idiota. Mas destoa dos objetivos alheios, cheios de arestas... da maioria esmagadora; vai contra, arranha, corta, mas não quebra. Por consequência, uma agressão sem fim. O que eu quero é tão simples que é também arranhado, velho, ultrapassado, estragado. Um souvenir cheio de saudades e nostalgias. Talvez seja mesmo uma coisa à moda antiga, esquecida séculos atrás. Sou besta, romântico, bobo, mais dedicado do que posso e sempre muito menos do que quero. Por isso essa sensação de estar sempre pra trás, sempre insatisfeito. É quase obsessivo, meio ilusionado, meio concluído-corroído, buscando uma pequena parte que está faltando pro perfeito. A verdade é que é completamente surreal, não há uma palavra ou termo pra descrever.

        Mas há ainda tantos sentimentos bons; mesmo sendo artista, sendo poeta, você pode esculpir as circunstâncias e criar uma realidade melhor. Aquele desejo profundo sempre fica lá, gritando, no fundo do abismo do peito, aprisionado, triste, angustiado. Mas em toda organização é preciso haver um prisioneiro. Um réu. Eu aprisiono meu desejo, ou ele me devora, me corrói lentamente e me destrói. No final todos somos prisioneiros de algo, e temos algo a aprisionar por pura defesa. Não adianta gritar: eu não sei onde ficaram as chaves. Talvez em alum lugar obscuro, pouco antes de eu perder a memória.

R.


...se eu fosse uma música...

...eu seria essa. Desde muitos anos atrás, e até hoje, e pelo visto, até o último suspiro...


A verdade é sempre algo que, intimamente, você sempre soube.

31 de out. de 2012

"Pé-rogativo" (Ou o infinito pecaminoso)


Rio de Janeiro, 24-10-2012

Pés. Pés que tremem. No ressoar de um tambor oco e mórbido, tocando de leve ansiedade do tempo que não passa.
Você se sente melhor? Ou o que ainda sente é a mesma coisa? O que fica mais fácil agora, com esse coração pisado, esquisito, cheio de falhas e incisões, cortes e tensões? Se sentir bem depois de tudo é encontrar um réu; é preciso alguém pra culpar, e você tem! 
Você fala de um amor, uma vida completa, um sonho poético, uma eternidade dita e concreta - mas tudo o que eu vejo é a necessidade de uma noite. Quando se ama é preciso compartilhar até a última gota... o amor, egoísta como é, te abandona se você não cuida dele...

E eu, te desapontei? Deixei algum gosto ruim em sua boca? Você age como se você nunca tivesse amado, e quer que eu continue sem amor... bem, é muito tarde, pelo menos nesta noite, para trazer o passado à tona: nós somos um, mas não somos os mesmos. Ao invés de sermos um, temos que carregar um ao outro! Quase um pesadelo sem fim, sem fins.

Você veio aqui pelo perdão? Veio levantar os mortos? Veio aqui brincar de Jesus, curar leprosos na sua cabeça? Que milagre é esse de que você tanto fala, rogando sem métrica e sem rima as doces palavras que deveriam ser purificadas em nossas lágrimas? Que profecia é essa que todo dia deveria se cumprir um pouco. Mas não. Corta, afunda. Desola.
O que eu pedi foi muito? Você não me deu nada, e nada era tudo o que tinha. Ninguém pode me culpar por seguir em frente, mesmo que me chicoteando por minhas próprias significâncias. Só quem sangra sabe a dor da carne cortada, e quando se corta algo, perde-se um pouco de si pelo caminho. Somos um, eu e você, mas não somos os mesmos. Se já nos ferimos antes, vamos nos ferir de novo. Porque, no fundo, não há problemas na repetição. 
Somos dois infelizes, contemplando a vida passar. Eu e você. Melhor definição não haveria. Estamos há tantos anos bêbados da eternidade, afogado em um abismo quase infinito de mágoas e impossibilidades, correntes barulhentas que nos ensurdecem de nós mesmos. Era só isso, nada mais. 
Um dia deixamos de nos ouvir. Naquele velho texto repetido que amar é estar um no outro, sentir um ao outro sem precisar se tocar. E nessa, acho que ficamos, eu e você, presos um no outro, acorrentados em queda livre no abismo um do outro. Um grito de queda profundo, que ecoará pelo passar dos séculos. Sim, a eternidade não é brincadeira. Eu vejo tão pouca gente deixando de si no outro qualquer coisa prestável. Se tatuando na alma idéias de beleza, estrelas, aquela primeira centelha da chama que começa. Fica pra sempre, é começo e fim. Cheguei a pensar que éramos melhores, que éramos diferentes. Que estávamos nas estrelas contemplando o mundo lá embaixo. É preciso a queda pra sentir a graça de estar no alto e que seja essa então a grande ironia da vida!

Suas palavras: O amor é um templo, o amor de uma lei maior; você me mede, cede, pede para entrar, mas depois você me faz rastejar. E eu não posso carregar o que você tem, quando tudo que você tem é dor!

Cordialmente, definitivamente, Rodrigo S. Simões

24 de out. de 2012

- "Baby, give me your best shot!"

Só não me desafie! Naquele bom e velho clichê, a coisa pode ficar bem séria...


(Em meio a tanto pesume, uma palhaçada! Ou não...)

22 de out. de 2012

Se o inferno são os outros...


Sou meio louco mesmo. Não nego. Doido de pedra. Choro de repente, gargalho quando não posso. Critico, defino, misturo, depuro. Negar pra quê? Mas o que não nego nunca são minhas emoções, meus medos, meus desesperos; nem tudo pode ser feito só de beleza e perfeição, e quando é, algo de ruim está debaixo do tapete. Não me orgulho de ser quem sou, sou grosseiro, chato, sistemático, do contra. Mas não me abstenho da palavra. Não me abstenho de dizer o que sinto. Fico chato porque a maioria das pessoas só tolera elogios, massagens no ego. Eu também tenho jóias, algumas muito raras, mas também tenho minhas pedras. Sou como todo mundo é; mas tenho essa consciência, de ser, estar e mudar. As pessoas criam imagens perfeitas de si e acreditam nelas, sonham com ideais superestimados de uma perfeição que não tem a menor graça. Celebro meus defeitos, minhas falhas, meus vários eus tempestuosos. Não fossem por eles, não choveria em meu jardim, a vida não se renovaria em volta de mim. Preciso ser vários pra me encontrar, de cada parte formar um todo. Não sou sempre bom, sempre constante, e essa seja talvez a graça do sem graça. Atingi, felizmente, essa consciência quase universal de que nem tudo tem que ser perfeito. Que o que te faz mal deve ser cortado para que cresçam as flores em torno do seu mundo. 

Lamento muito ainda pelas minhas impossibilidades, por não ser sempre quem você precisa, por não ser quem você deseja. Mas sou o que sou, um ser em movimento. Não um ser inconstante, mas um ser individual, orbitando em torno dos meus pesares e amores, estrelas e planetas do universo da minha vida. Por hora sou cometa, me afasto, me refaço, volto, passo. Estrela, brilho, sonho, inalcançável. Posso ser mil coisas dependendo de onde você estiver. Mas aqui dentro, sou um apenas. Um que fatidicamente entendeu, nem sempre a melhor forma, os limites de suas possibilidades. Que entende diariamente a cada sopro idéias que afagam e espetam.

Mas sou acima de tudo um ser que ama. Ama acima de tudo. Ama. E se algo me move, é isso.

R. - ...num momento muito denso.

Meet Agatha...

No final, o que você precisa é só de um pouco de carinho... mesmo que venham alguns arranhões. Mas isso basta.

18 de out. de 2012

-... e faço minhas as palavras dele!


"Senhor, eis aqui minha biografia, meu livro de vida..
 É documentário, e confesso que é muito difícil escrever a vida como Vós quereis...
 É difícil, Senhor, escrevê-la quando não se é escritor, quando nunca se aprendeu tal ofício.
 Mas a vida não se aprende: toda vida é um romance novo, único no gênero, sempre obra de primeira mão.
 É difícil, Senhor, não poder copiá-lo, pois vós não aceitais plágios.
 É difícil, Senhor, não poder corrigi-la.
Dela não podemos arrancar páginas mal escritas, ou apagar alguma coisa.
 O que escrevi ficará sempre escrito.
 O que eu posso é manifestar meu arrependimento, escrevendo páginas melhores.
 É difícil, Senhor, seguir este ritmo da vida que me leva inexoravelmente adiante...
 Mas obrigado, Senhor, por retratar-me das páginas passadas em cada nova página que escrevo.
 É difícil, Senhor, ir virando as folhas, dia por dia, na angústia de não saber o dia da entrega do manuscrito...
 Mas não seria, Senhor, mais angustioso ainda saber o dia e a hora?
 É difícil, Senhor, não sabermos quantas folhas em branco nos restam para desenvolver satisfatoriamente o tema...
 Um dia qualquer vós me tomareis a caneta das mãos e escrevereis debaixo do meu último rabisco:
 Fim.

É difícil, Senhor, não poder reclamar, então:
"Ainda não terminei...",
porque há sinfonias inacabadas que são obras primas e há existências longevas que nunca acertaram o tema.

Tive pena do tempo perdido..."
--
Rabindranath Tagore

15 de out. de 2012

Sutileza pré-apocaliptica.



A maioria de nossos poréns, nossas dúvidas mais avassaladoras, se diluem no simples, em certos momentos  incertos e sorrateiros, normalmente segundas ou quartas à tarde, onde as conclusões se formam como pequenos grãos de poeira que se unem para formar uma rocha de conclusões pesadas e incisivas. 
As respostas para as questões da vida são como um quebra cabeças. Geralmente você está prestes a cometer um erro sem perceber, talvez porque te falta uma peça. Então não é clichê dizer que é preciso estar atento. É preciso estar à espreita das pequenas ações, que são geralmente aqueles segundos de calmaria antes da tempestade. 

É tudo bem sutil, mas quando se aprende a ver, você quase consegue prever atitudes. E escapa de grandes problemas. Talvez isso tenha alguns nomes, você mesmo pode atribuir milhares. Eu chamo de maturidade. É calcular o problema e resolvê-lo antes que venha. 

Atitude basta.

"Não me corte em fatias. Ninguém consegue abraçar um pedaço. Me envolva todo em seus braços. E eu serei o perfeito amor". (Mário Quintana)

14 de out. de 2012

...pro futuro brilhar...


Seja apaixonado pelo  que você faz, e mais ainda pelo que se propõe a fazer. Não tenha medo de servir, de ser útil, de progredir. Quando errar, recomece, e mude sempre para melhor; mudar de ideia significa mais não ter opção que não ter opinião. Certos dogmas precisam cair por terra para que haja renovação. Não ter opção não é necessariamente ruim: é o primeiro passo que a vida nos obriga a dar para sermos criativos! 
Em tempo: crie algo que você mesmo seja capaz de lidar, sem se destruir. Um instrumento para tornar a realidade mais bela.
R.

3 de out. de 2012

De repente 30!



É uma idade que faz pensar. Mas é o ponto decisivo de muitos caminhos que serão uma constante até o fim da vida. Felizmente muita coisa já está concretizada, muita coisa já está definida. Muita coisa foi vivida - bem vivida! - e os muitos aprendizados e escolhas converteram-se em na consolidação do que posso dizer, eu sou. É assim em qualquer idade. Uns dias antes você fica fazendo um balanço, calculando amores, amigos, família, sucessos, fracassos, perdas, danos, conquistas e vitórias. Nada se converte em números. Nada se converte em unidades, apenas um emaranhado de coisas que te refletem no espelho todas as manhãs. O semear é constante, mas a colheita finalmente aparece. E, acreditem: apesar os óbvios, apesar dos concretos, aparecem nas formas mais inusitadas...
É errado desovar lições, macetes e moldes - nunca foi minha intenção ser exemplo. Cada ser tem seu tempo de ser; mas a maravilha maior disso está em todos os seres que cruzaram meu caminho, onde eu (espero!) pude deixar um pouco de mim, e também puderam deixar um pouco de si diluído em todo esse "mim". Nessa metade do trajeto, chega a ser poético imaginar essas coisas. Júbilos, felicidade... e até mesmo os frangalhos e espinhos, tiveram seu papel. 

28 de set. de 2012

(Nonsense)



Último fim de semana na casa dos 20...
Boa sorte, seu puto!
A grande aventura da sua vida está prestes a começar.
(Cada coisa...)

Fiz um desejo...



Quero perto de mim gente que seja boa. Que tenha dúvidas, mas não seja perverso. Quero perto de mim pessoas caretas, conscientes de suas emoções, fraquezas e limites, que sentem as emoções individualmente; pessoas que separam, que são práticas, que são diretas, honestas, que marcam e aparecem, que não se esquecem nunca dos bons e dos maus momentos; que, ainda assim, saibam se curar; pessoas que consideram, que amam, que não tenham vergonha de gargalhar ou chorar, que ligam, mesmo que seja a cobrar, que não se acomodem nas queixas; pessoas que tenham várias facetas, todas à mostra, que não fogem, pessoas que falam pouco e demonstram muito.
Quero sim ter meus conceitos, e até alguns preconceitos, pois é isso que ensina a aprender e nos faz aprender a ensinar. Quero enfim, ser confrontado sem ser atacado, ser até incompreendido algumas vezes, mas não que isso seja usado como arma, pois de covardia as esquinas estão lotadas, mas é de valores que o mundo carece!


R.

26 de set. de 2012

- SORTE -



Bateu um vento, um vento forte. Sacudiu tudo, mas levou todas as nuvens.
E, apesar do frio, eu consegui ver a lua e todas as estrelas sorriram pra mim.
De tanto olhar o céu, eu vou acabar aprendendo a voar...
...



Euforia é, normalmente, sinal de grande desespero!
Melhor sentir cada sentimento na sua totalidade e digerir cada ideia a seu tempo que se entregar a maré do torpor e casualidade.
Somos injustos conosco e com quem nos ama, sem perceber, e isso é raiz de todo mal...
...


...assim ficou o dito pelo não dito? O truque pelo desfrute? O que foi pelo que virá? Seria ele assim tão burro a ponto de não enxergar o que está diante de seu nariz? Seriam tantos anos e tanta troca ainda insuficientes para saber seu coração, de longe, de cór? A astúcia, tão pressuposta, agora tão inimiga do amor?



Nos "quase 30", já fiz quase tudo que precisava fazer...





"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!"


Ps: ...reza a lenda que esse texto pertence à Sr. Lispector, mas há controvérsias.
De qualquer modo, eu roubei.


19 de set. de 2012

Desatar nós de marinheiro.



É um tempo esquisito pra mim, de abandonar velhas coisas, varrer ruínas, e abraçar novas estruturas. Novas fundações, novas esperanças, renovar. Está sendo muito estranho pra mim ver certas pessoas partirem pra sempre, outras sumirem no horizonte, outras apontarem como grandes sóis - e graças a Deus meus sóis não são apenas um. 
É esquisito, podar a árvore para que ela possa dar frutos. Mais esquisito ainda quando você vê essa poda acontecendo em você, em seus galhos, e se vê obrigado a varrer as folhas secas do jardim, mesmo quando elas possuem aquele tom de decoração, aquela dramaticidade gostosa do outono. Mas o outono acaba e é preciso ver a grama verde. Não nos bastamos em nada, precisamos estar girando as alavancas do mundo à nossa volta, como quem gira, enguiça e encaixa engenhocas. Mas essa velha máquina tem limites, espaços, vãos entre os dedos, e certas coisas nos escapam. O que não se move por si só, não tem vida própria. Não garante seu lugar em lugar algum, menos ainda no coração. Deus me livre ser uma folha morta ao sabor do vento, passeando em milhares de jardins, varrido de tempo em tempo ao sabor amargo de qualquer lugar. Deus me livre ser uma peça velha, em desuso; obsoleta pela própria existência. É preciso se renovar para continuar vivendo, se amputar de velhos hábitos, se despir de lamentações. Umas poucas coisas, eu garanto, serão pra sempre. Laços de espírito. Mas outras devem partir, devem seguir o vento, enquanto eu finco as minhas raízes, bem fortes no solo, pois é esse o único modo de alcançar o céu: crescendo. 
Foi dada a largada. "Largada".
Que sejam os melhores frutos, e que o mar me seja generoso nesse novo lançar de rede.

18 de set. de 2012

Talvez.



Talvez a gente nunca saiba quantas noites olhou a lua desejando a mesma coisa.
Talvez a gente tenha contado estrelas antes do amanhecer esperando um sol que de fato nunca nasceu.
Talvez a gente não se lembre direito da cor dos olhos um do outro.
Talvez a gente nunca chegue num ponto de equilíbrio entre nós, um ponto de entendimento, de inocência de sentimento, de santidade. Eu não poderia pedir nada menos que isso, juro.
Talvez a gente pense um no outro antes de dormir, e antes de acordar...
Talvez a gente saiba, secretamente, que as coisas podem ser mais simples do que todos os incrementos de problemas que a gente cria na quase tangível ilusão de ser feliz, de se preencher.
Talvez a gente possa rir ou chorar um do outro.
Talvez há muito tempo tenhamos jogados nossas qualidades num canto, sem nem perceber.
Talvez já não haja mais tempo e ponto.
Talvez não seja possível discernir esse eu e esse tu tão estranhos nesse tempo verbal imbecil em que a gente se conjuga. Todo esse passado, todo esse talvez, essa dúvida na terceira pessoa do singular, esse manto de coisa que a gente coloca pra fingir que são fantasmas, mas não são. São carne, sangram e choram. São santos!
Talvez a gente não seja nada, em meio a nada. Dois "nada" tentando se tocar na névoa entre lençóis molhados, encharcados de idéias errôneas e repelentes.
Talvez nossa distância seja apenas infinita. Talvez.


Talvez eu precise cortar os cabelos também.

R.

10 de set. de 2012

Gosto...

Embora não pareça, eu gosto da troca. Tenho um enorme apreço pela compreensão e pelo comum. Gosto de biscoito doce. Gosto de quem tenta me entender, me conhecer mais a fundo, mesmo sabendo do emaranhado de coisas que carrego debaixo da roupa clara. Gosto de quem não pula do barco. Gosto de rock, gosto de animais, converso em segredo com Deus. Gosto de passar a madrugada acordado, de dias chuvosos na beira da praia, de trilhas sem mapa. Da cama desfeita e do meu sofá de couro. Gosto de gente honesta, mesmo quando tento não gostar. Tenho meia dúzia de tabus escondidos num baú no canto da copa. Gosto dos meus livros, de folhas A2, de sabonete de erva-doce, fotografia, nanquim e ilustrações sem sentido. As poucas coisas que rejeito na vida, guardo numa pareteleira no alto, sem bula, sem rótulo e sem posologia, porque futuramente eu posso precisar de uma overdose. Eu tenho casca porque posso me esvaziar, vazar no chão da calçada e ninguém nunca mais me ver. Gosto do sol das 7, de torta de limão e cerveja no buteco. Gosto da simplicidade quando ela é bonita! Pouca gente sabe: meu coração é feito de manteiga.

3 de ago. de 2012

De bem comigo (Ou, depois do turbilhão)


É um tempo de mudanças acentuadas, e como tal, perdi espaço para coisas temporárias, sem fundamento, hedonistas e levianas.
Vivo na assiduidade do realizável, empurro tudo que possa vir a se tornar imprevisto. Tenho prazos apertados; me dei conta que ontem não tinha hora pra dormir, hoje acordo antes do sol. A vida é curta. Corro de problemas, abraço soluções. Em certas alturas, é preciso ser prático pra ficar bem. Em uns minutos me sinto frio, mas não me entrego mais às sensações; apertei as mãos das derrotas, aprendi algo com cada uma delas. Entendi que vitórias são degraus, e que se acomodar na dor é bobagem. As maiores coisas da vida exigem grandes sacrifícios, e isso está longe de ser um clichê. Entendi - finalmente! - algumas pessoas, especialmente as que não se posicionam, as que tem medo e as que se curam rápido; é injusto cobrar de outros um tempo que não se remete ao seu. Se fosse assim, todos iriam ao banheiro na mesma hora. Mas é injusto consigo mesmo esperar na inércia, na vida que passa sem sentido. Diminuí os minutos em que simplesmente via a vida passar, aumentei a utilidade do meu tempo. Depois de uma limpeza nas gavetas, você acaba vendo que, com sorte, menos de 10 pessoas realmente possuem o poder de mudar a sua vida. Aí, vem a responsabilidade por si, o eu. Não importa quem se importa, e sim o quanto você se importa. 
Tenho que admitir: me tornei um pouco mais chato. Talvez menos atraente para o resto do mundo. Um pouco menos sonhador. Mas gosto muito mais de mim assim.



27 de jul. de 2012

Eu tenho a minha Islândia e você não sabe.




Meu pequeno reino, não muito maior que a Islândia.
Gelado, triste e vulcânico. Com uma infinidade de nações imensas e risonhas confundindo seu nome.
E tão bem construído em cima de frangalhos e cinzas, tão elaborado, erudito. Tão lúdico, contraditório e ao mesmo tempo tão provocador.
Não tem nenhuma intenção esse reinado pequeno, com algumas pequenas muralhas e canhões, só por precaução.
Fica isolado, no meio do mar. Pouca gente conhece, pouca gente descobre, ou pisa e se vai. Mas é meu reino, minha casa, meu castelo interior. As estrelas dividem o céu com pequenas auroras boreais. Efusivas e passageiras, como devem ser os amores cantados. 
Mas milimetricamente elaborado, construído com uma perfeição tão pouco global. Na minha ilha não há guerra ou paz. Há a sensação; um passado queimado de carvão nas lareiras, e algumas donzelas que se foram, princesas e plebeias. Nem mais donzelas...
Nem na cegueira da tarja preta e do pijama escuro eu consigo deixar de contemplar. Mas é meu, só meu.
Coragem, mesmo, tinha Romeu. Mas esse rapaz confuso era de outro reino. E os tantos outros romeus que cavalgam nessas ruas lapidadas não são nada shakespearianos: não renderão peças ou tragédias eternas através dos séculos. São seculares, mas tristes. Não expressaram em palavras e romantismos teatrais às suas princesas ou plebeias, que por sua vez, nada possuem de Julieta. Assim as histórias se picam, se perdem na névoa fúnebre do bosque do acaso. 
Há também alguns dragões; e onde não há? Os meus sopram lentos e lendários as paredes que nunca se destroem. São engraçados, enfadonhos, não provocam medo nos cavaleiros. Somente o tédio barulhento de suas asas ressonando no céu silencioso. Quando chegam as manhãs, chegam tristes, serenas e curtas, como um véu transparente. Firme mesmo é a noite debruçada no horizonte, abraçando todos os dragões com seu manto de Nit.
Mas ainda assim é meu reino, perpétuo em sua devoção diária, desde da praia até a mais alta torre.
Espero, do alto, uma rebelião que nunca ocorre; um atear do hálito inexorável do manto do destino, que possa no mínimo fazer tremer essas paredes. Mas ele nunca vem. Nunca muda. Até as nuvens são eternas e imutáveis, não fazem desenhos no horizonte. Não inspiram, não chovem, não nevam. Uma pequena histeria de amantes enterrados sob o cume dos vulcões, ressonam. Mas não cospem, estão extintos. Um continente perdido de sentimentos monótonos. Sim, o perfeito é monótono e fantasma, não há o movimento, não há encenação. Não há entretenimento ou aventura, abdicação ou romance. Só repetição. Se eu fosse ator, a vida seria isso. E o mais engraçado é que é. No fim, apenas é.

E eu nem sou homem suficiente pra tanto estrago.

24 de jul. de 2012

Uma epifania no epitáfio.


Sou negativo. Não sempre, mas maior parte das vezes. Ou me tornei; dessas coisas que não se controla, se fixa na essência e muda todas as fórmulas. A questão é que quando um ser, uma partícula negativa, encontra uma positiva, gera-se o choque. Um princípio tão físico, quanto matemático. Só não confunda negativo com pessimista. A diferença - acredite - é abissal e linguística.
Perdi aquela disposição insana de mergulhar fundo no âmago na natureza humana. Não existe graça em viver na previsão dos comportamentos. Quero resolver dar uma chance pro sobrenatural, pro improvável, pro inexplicável. Mas as chances da realidade não estão a meu favor. A realidade é um soco na cara de quem sofre de insônia; insones sonham pouco. 
A vida é tão imediata,  ao mesmo tempo requer tanta paciência... 
Ainda hoje passei o dia pensando no paradigma da felicidade. Em quando o ser humano realiza seu ideal de felicidade. Aquele momento só dura umas semanas, talvez uns meses. Depois, precisa ser ampliado ou dissolvido; aí só restam duas pseudo-virtudes: a melancolia ou a ambição. Demais, ademais, o desejo de mais, ou a tristeza pelo excesso. É onde moram os milionários suicidas, alpinistas sociais e os tantos clichês dos que conquistam e abandonam. Faz sentido essa idéia de se sabotar, quando não se tem uma meta na mira dos olhos, ou um mapa, pelo menos. Mapas que mancham, olhos que cegam, e tudo se torna essencialmente infame. Assim, de repente, perdi a vontade de definir...
R.


19 de jul. de 2012

"Desesperancento" (Não fará bem.)


Estou morrendo. Sinto isso a cada dia mais. Não sinto como as outras pessoas, que morrem sem perceber. Sinto milimetricamente cada pedaço de mim esvair, egoísta, criando pernas para se perder dos meus olhos pra sempre. Como pequenas aranhas nas frestas despercebidas. Venenosas, sim, como qualquer coisa inanimada que ganha vida. Zumbis. E ironicamente também me torno um zumbi, vendo pedaços meus esfarelados, espalhados e - por constatação - mortos. A única coisa que sobra são essa fome e essa sede de amor, que nunca passa. Cada momento tendo seu lindo levemente descolorido, lenta e dolorosamente, cada pedaço do espectro. Uma sépia sem charme. Paulo dizia que a única coisa que restava mesmo era o amor. Paulo era apóstolo, sabe Deus com que matava sua sede. Eu só tenho a sede. 
Estou bêbado de vazio. Cansei de gritar, cansei de me debater. Estou naquele momento m que você se entrega aos fatos e lamenta. Uma vela acesa no canto, talvez um gemido pequeno, imperceptível Não quero acordar os vizinhos. Não quero escandalizar os homens com esse demônio com quem me compactuei. Não quero, não quero nada. Queria poder apenas dormir; já que mesmo as plantas sentem sede, em sua eterna expressão incoerente. Sou uma samambaia, crescendo pra baixo, com raízes peludas. Não, nem posso dizer que sou samambaia. Não sou coisa viva alguma. Estou nas últimas gotas... aquelas que escorrem do copo quebrado em seus últimos cacos, ou aquele resto de líquido que impregna o fundo da garrafa. Nada ressoará, exceto o eco, o som do vento. Os cacos talvez, caindo no chão. Nada mais. Depois, silêncio e corte. E sabe-se lá o que mais.
Meus caros: estou cansado, de verdade. E sem saída. Deus meio que se esqueceu de chover por aqui...


29 de jun. de 2012

Leitura noturna - beijo de boa noite.


O que está na memória, não sai, nem com alvejante, cloro, ou qualquer substância que você queria usar pra se limpar. O que está dentro, fica pra sempre, por todas as vidas... E são tantas as vidas, meu caro, tantas... tantas manchas ainda por vir, tanta roupa suja que você vai tentar lavar em vão - mentem aqueles que dizem que existe cura pra uma mancha, uma mancha da vida; por isso é preciso estar atento, cauteloso, a todo minuto. Um pingo desse vinho derramado, de mau gosto no traje branquinho da vida que você sonha, no meio desse bacanal todo e lá estará, para sempre! Não há perdão, nem nos santos, capaz de remover a mancha dos tropeços que você deu com os copos na mão. Olha minha blusa manchada! Olha a sua! Olha a de todo mundo, respingada desse milagre estranho que é a vida...! Talvez por isso, tenham que passar. Mudar de recintos. Para que a gente não fique o tempo todo lembrando desses avessos estranhos que nem nós mesmos entendemos.Ou para aquele fulano, em outro salão de festas, veja aquela mancha como um deslize, um acidente, que nem foi tão acidente assim. Somos vítimas! Nos vitimamos o tempo todo; à mesma proporção que mijamos, nos vitimamos. Sorrimos amarelos nos salões da vida, manchando nosso traje de noite com belas e filosóficas lembranças agridoces de outras danças. Dançamos, e depois saímos, sabe-se lá pra onde. Alguns fazem planos, outros transcedem o próprio querer e acreditam em destino. Outros choram, achando que tudo acabou. Outros enchem de novo essa taça, e vão lamentar em outro salão. E há também os que não se incomodam, que dançam cheirosos com os perfumes da noite passada. Há todo tipo de coisa. Há todo tipo de memória, manchada, esturricada, presa a você. 
Só tome cuidado pra não enlouquecer, porque apesar dessa bagunça toda, o equilíbrio ainda é vital nessa e em todas as danças futuras. 



"As pessoas sofrem a vida inteira e se adaptam a isso; não se pode chegar de repente e tirar aquela certeza das mãos delas, é tudo o que elas têm. Nunca desmereça os problemas alheios - o sofrimento é, para muitos, um prêmio que comprova essa única grandeza: ser um sobrevivente. E já basta.
(...)
Está tão satisfeito; como uma criança que redescobre um brinquedo que estava sumido embaixo do armário. Uma mulher que arruma o armário e encontra aquela blusa que deixa seus seios lindos e ela nem lembrava mais que tinha. A descoberta de coisas simples, que são suas e estão à mão. Mas você é complicado e quer o que está distante, difícil, com os outros... Tolo, vá buscar nas suas gavetas as coisas que você tanto quis e redescubra a alegria em tê-las."



27 de jun. de 2012

Claro como o sol; certo como a chuva.


...é quando a saudade vira um emaranhado de arame farpado. Estranho. provoca fuga. Amizades são sempre estranhas. Não gosto de plantas, não sou de regar jardins. Algumas coisas precisam ser de aço, imutáveis, por filosofia e por escolha. Leve consigo o que pode carregar, e o que há de pesado, que valha o esforço.
Sinto falta de muitos amigos. Mas de outros nem tanto; vejo que continuam fazendo os mesmos programas, nos mesmos lugares, com os mesmos exageros e expectativas que não me correspondem; filosofias divergentes, passos contrários -  nenhum crime: outra sintonia, que não é mais minha. Não sei se alguma coisa de mim ficou no caminho, ou se dei um passo à frente em meus compromissos; ou quem sabe ambos. Mas sei que não existe vitória sem sacrifício, e minhas metas são pesadas; não poder estar perto não significa que não tenha a memória dos melhores momentos. Crime, é misturar ausências com rancores; resultando em venenos azedos de palavras mal proferidas, que sem querer chegam a mim. Neutralizo: como usual, continuo respeitando muito mais os que fazem silêncio.

19 de jun. de 2012

18 de jun. de 2012

Várias em uma...


Anímica.

Eu prefiro não estabelecer esse limite, não dar esse endereço, de onde mora o problema em mim, e onde mora o problema no outro. Esse risco besta de limitar territórios, rabiscar nosso tabuleiro, dar sentido às moradas do bem e do mal. Não. Burrice. Burrice como turismo em cemitério. Relíquia, sabe? Coisa velha. Bagagem você sempre vai ter pelo viver, pelo bem viver. A embalagem você decide se guarda ou não. Relíquias existem para serem admiradas. Mas criar pequenos museus de admiração em torno da vida é bloquear o coração para o novo. Então não vou colar esse rótulo, não vou plantar tubérculos venenosos nesse jardim. Não quero bulas pra me drogar, nem dosadores de nada. O erro e o acerto possuem a mesma possibilidade de salvar, ou de matar. Passar todas essas voltas de ponteiros procurando culpados, julgando, condenando, defendendo, ofendendo... fazer da vida um tribunal! O que torna alguém mais especial vem de dentro, do fundo, do etéreo. Não é definível, não é tangível, é um trato abstrato, um acordo em coro, corado, dourado e sagrado, como uma sinfonia de meninos cantando canções de natal numa capela. É o mesmo clichê, pra todo mundo. Um clichê lindo!

Marte, o vingador.

Aí eu vou me enchendo de cafeína pra drenar essa letargia. Fico pensando mesmo se sou humano, se emano, demais ou de menos. Me sinto de mármore. Essa carência de quem precisa ser esculpido, estúpido; se preciso mesmo de mãos úmidas que me dão forma até a perfeição. Perfeição acadêmica, fria, exposta. Camille Claudel, dando formas a si mesma para impressionar Rodin. Rodin amava demais. Camille se amava de menos. Já eu, sempre perseguindo coisas que desaparecem no tempo. Sou, sou caçador de vento: amo, amo, amo e não tenho carne pra aguentar tanto furo. Depois choro. E arrumo de manhã um motivo artificial pra me arrumar, saio no asfalto fingindo que não está calor, derreto no estacionamento antes do meio dia. Depois de tanto papel com teclado faço qualquer coisa antes de dormir. Aí apago, porque não há tv paga que pague. Eventualmente, pousa uma borboleta. Sim, que seria de mim sem as borboletas? Esse aspartame todo ainda pode atrair alguns insetos. Até vir o punho poderoso de Marte, esmagar o dia com sua estrela vermelha. A pele coça, e isso é só o décimo avo de toda a coça, Um bombom, um bem supremo. Um amanhecer pra começar e novo. Nada mais.


34 graus à sobra.

Começa o dia mijando pra se esvaziar da noite. Dormiu mal, se revirou debaixo do travesseiro. Estar embaixo do travesseiro é o meio do fundo do poço. Morfeu vem tímido. O dia começa meio sem sentido, meio frio, com um pão quente. Os barulhos vão pouco a pouco preenchendo a brisa suave do nada. Cria-se aí um mundo de distrações. Algumas pequenas emoções como pescar num lago de trutas, comer uma fruta antes do meio dia. E tudo vai se enchendo de novo. Tudo volta a ser semente. Se olha no espelho depois de lavar o rosto do dia quente, se sente demente. Aflora, segura uma lágrima. Volta pra mesa do escritório com seu ar vazio de sempre, pra preencher planilhas e pendências. Os ponteiros vão se arrastando, derretendo o frio da manhã. O dia de verão perde o significado no meu castelo gelado de cimento. Alguém corta o vento fúnebre com uma piada; os homens deviam ser proibidos de contar piadas na segunda feira... mas ainda assim, ri. Meio que por obrigação, ou traição a si.  No almoço não sentiu temperos. O refeitório era o auge de todos os sons que brotaram da manhã. Agora era uma árvore, uma selva de grunidos de quem não se cansa de reclamar do próprio dia. Exceto aquele ser ali, parado, em silêncio, interagindo com sorriso tímido enquanto o arroz descia pela goela seca, meio que saciando impulsos, meio que engolindo gorjetadas e ânsias. Descia agora para repetir tudo de novo à tarde, e à noite chorar na solidão de um filme, ou achar sua vida sem graça analisando um personagem de Woody Allen. Nada mudava. Nada conseguia alimentar sua vontade de gritar do alto de um prédio, a todos os ausentes, que aquele quebra-cabeças era óbvio demais. Era tudo se repetindo. Tudo ladeira abaixo. Tudo sendo mijado, pouco a pouco, para de novo ser bebido. Nem os comprimidos fazem a noite melhor. Deitou-se entre a angústia, que se revirava demais e a tristeza, que só roncava. Escondeu a cara no travesseiro. Todas as noites um menage a trois, sempre interrompido pelas batidas que a saudade dava na porta. Nunca atendia. De manhã, tudo saia na urina. Outro dia quente. Outro dia frio.

R.

18 de mai. de 2012

O que uma foto diz (ou canta) sobre você?

No decorrer da vida, nesses cursos de fotografia e design que fiz, posso me dizer especialista na parte técnica e na parte estética da coisa. Só não consigo abstrair do pensamento alheio. Nessa época, onde as redes sociais andam á todo vapor, como uma vertente plena da vida do homem ou até mesmo de organizações e empresas, caímos numa pergunta simplória e até vulgar: o que uma foto diz de você?

 (Quantos adjetivos pra ela?)


Aquelas fotografias antigas, do começo do século, idealizavam o padrão de visão ideal, daqueles ideais de perfeição tão presentes que circundavam a família, o estilo de vida, os penteados e comportamento social. A aparência era (e ainda pode ser) a assinatura da felicidade. Aqueles patriarcas impecáveis e inatingíveis, cercados de sua esposa e filhos; suas expressões às vezes evidenciavam um indisfarçável desconforto ou seriedade. No entanto o arquétipo postural era o que regrava a imponência e as pessoas se utilizavam dessa "máscara emocional" para disfarçar dores, opressões e dificuldades dessa época. Isso mais facilmente visível nas mulheres, que ou estavam sisudas, ou com uma longa piteira e olhar indiferente.

 (Alguém ousaria se meter entre eles? Quantos segredos ocultam cada um desses rostos de mármore?)


Aí veio a depressão de 29, e todas as máscaras caíram. O esforço pela felicidade continuava, ainda, como uma forma de mascaras a família perfeita e suprimir os sofrimentos passados. Isso foi até os anos 60, quando as primeiras fotos transgressoras começaram a se evidenciar; transgressoras, claro, no sentido filosófico. Até a pornografia do começo do século era feita como se fosse um quadro renascentista ou algo assim. Mas os Beatles, Janis, Jimmy, e mais alguma pequena coleção de balacos, transformava a fotografia de forma definitiva. Não apenas a fotografia, mas o conceito de imagem em geral. E aquela velha perfeição que acabou na pira de Woodstock, renascia de maneira mais arrojada, espontânea, com um cigarro aceso (na melhor das hipóteses); foi aí que o velho filme definitivamente queimou.

 (Soltinhos?)

Renascia então das cinzas visuais, um retrato não mais falado, mas berrado; minuciosamente gritado ao som dos acordes cada vez mais rebeldes. Insisto sim em colocar, lado a lado, a música e a fotografia. Um hábito muito comum entre adolescentes do começo dos anos 2000 era musicalizar uma imagem, criando um post com um tema musical. E a coisa funcionou tão bem que os blogs fotográficos tiveram seu grande "boom". Fotografia cria inspiração, assim como a música. Numa música, você eterniza aquele momento. Afinal, veja: há quem não ouça aquela música e lembra daquele primeiro amor, ou daquele(a) namorada(o) filho(a) da puta? Ou daquele fim de semana em Ilha Grande? Ou daquele aniversário na Lapa?


 ("Eu nunca gostei de ser queiridinha!")


A foto faz o mesmo: eterniza um momento. Com as câmeras digitais, todos começaram a partilhar e ser meio "designers" de si mesmo.
Entramos em pauta n' outro traço da câmera digital: o chamado "eu me amo". Quem nunca bateu algumas dezenas de fotos sequenciais e postou algumas? No filme, era impossível saber o resultado até a revelação. precisávamos de técnicas, macetes, segredos e estilos para ter um bom resultado. Só quem se lembra daquelas fotos, daqueles aniversários, todas embaçadas, escuras, ou com aquela luz superexpostas. Os anos 90 trazem várias recordações desse tipo, aquele aniversario de 10 anos com fotos cheias de riscos e luzes incorretas. A câmera digital não. Ela permite nos corrigirmos, o tempo todo; encontramos nosso melhor ângulo em tempo real; capturar uma imagem com rapidez e precisão. pessoalmente eu acho que perdeu um pouco do quê artístico. Mas é um pensamento como quem compara Miguelângelo à Picasso. Vale um paralelo: Miquelângelo era genial e humilde, Picasso um gênio arrogante. A arrogância do eu cria imagens estranhas e deslocadas de si mesmos. Acompanho a vida de alguns amigos pelas redes sociais - já que meu tempo me impede de um convívio mais presente - e vejo coisas que não condizem com eles. Fotos musicalmente estranhas, de inspiração baixa, sem arte e sem espontaneidade. Desconheço algumas pessoas nelas, mesmo os queridos. Criticam o photoshop na playboy, mas ninguém posta foto de cara feia, suada ou espinhenta.



Somos enfim o que nossa imagem transmite; e essa preocupação vai nos envelhecer muito mais rápido. Não há Pitanguy que seja páreo para o Adobe.

9 de abr. de 2012

Inexorável.

- 'Algo em mim - seja "amadurecido", "careta", "desilusionado", ou "burro" - simplesmente andou, adiante. Entende?'

25 de mar. de 2012

A fórmula do ouro.

Azar o de quem não sabe aproveitar um sentimento, de quem não sabe viver se responsabilizando pelo sentimento do próximo. Podem dizer que é errado, mas eu sou responsável pela forma como você se sente a partir do momento que desejo emitir algo a você. Importante ser alguém que provoque uma emoção, por mais relevante que seja. E provocar emoções positivas é a maior de todas as dádivas... ser capaz disso quando se quer, muda sua vida. Nem sempre recebo em troca o que espero. Nem todo impulso de bondade meu foi sempre retribuído com honra, mérito e amor. Mas por valor pessoal, eu não vou desistir, nem por todos que tentaram me arrastar para o abismo, sempre fiz questão de ressurgir melhor, emitindo meu melhor, doando meu melhor. Lamento tanto pelos tantos que vivem em torno da gratuidade, do menosprezo, das paixões egoístas que apenas provocam tristeza e decepção. Aos mesmos digo: cresçam sobre os próprios erros, cresçam em alma, em espírito, cresçam em amor ao próximo. Permitam-se doar de seu próprio coração sentimentos e sentidos verdadeiros. Ofereçam verdade e amor, pois é esta a fórmula infalível para estar bem. Assuma mais responsabilidade pelo próximo, pelo mundo à sua volta, pelo bem estar de quem está ao seu lado, ou não. Faça o bem como resposta a qualquer impulso. Eu venho tentando muito nos últimos anos e entre pesos e balanços, funciona sempre no final.

Almeje sempre a perfeição.

Direciono a você, que de alguma maneira ofendi, ou de alguma maneira me ofendeu também...
Eu te perdôo e você me perdoa também, pois somos uma só vida de Deus. Eu te amo e você me ama também, pois somos um só no universo, e nas muitas existências onde ainda nos cruzaremos, nas muitas moradas do Pai.
Eu te agradeço e você me agradece também;
E já não existe mais nenhum ressentimento.
Oro sinceramente pela tua felicidade. Que você seja cada vez mais feliz.
Se é Deus, perdão, portanto eu também sou perdão.
Já perdoei a todas as pessoas e acolho a todas elas com o Amor do universo.
Da mesma forma sou perdoado e acolhido com infinito amor.
Não há culpas.
A vida nos ensina através das discórdias, e eu aprendi a amar e libertei minha mente.
Você precisa viver suas próprias lições e eu também.
Agora, vá ser feliz, para que eu seja também. Que Deus proteja e perdoe os nossos mundos.
As mágoas desapareceram de meu coração e só há Luz e Paz em minha vida. Quero alegria, sorrisos, onde quer que seja. Pois como é bom soltar, parar de resistir e deixar fluir novos sentimentos! Eu perdoei no fundo de minha alma, porque sei que nada nunca me foi feito por mal e sim porque alguém acreditou que era a melhor maneira de ser feliz... e a luz faz clarear o erro.
Agora sei que só podemos ser felizes quando soltamos as vidas, para que sigam seus próprios sonhos e seus próprios erros.
Não quero mais controlar nada, nem ninguém sem ponderação e equilíbrio. Por isso, peço que me perdoe e me solte também, para que seu coração se encha de amor, assim como o meu.
Muito obrigado.


Amém.

20 de mar. de 2012

Profundo. Literalmente.

Seguinte: a vida pode ate ser boa se você não sonhar tão alto. Tem muita gente que nem sonha mesmo, só fantasia. O fantasioso não sente tristeza nem alegria; vive no limbo de sua própria existência. É seguro até, mas triste. O sonhador de fato, tem a realidade como meta. Eis o perigo: você se permite ter belos sonhos e corre o risco do desastre... e lembre: é música velha que faz chorar.

13 de mar. de 2012

Artêmis...

...naquela noite, Artêmis brilhava mais; a Deusa Mãe trouxe alimento aos olhos...

1 de mar. de 2012

Oração para que eu fique são, em termos dos que não são.

Deus, livra-me dos maus entendedores. Ilumina seus corações no caminho do bem. Clareia suas ações em função da bondade, pacifica suas idéias em função da compreensão, e que possam entender que diante da crítica e da contrariedade, estão acima de tudo diante d'uma oportunidade humilde de elevar seus espíritos; que a inteligência e emoção são ingredientes fundamentais para, em equilíbrio, transbordar seus corações de amor e paz.
Livrai-nos a todos, assim, do supremo mal da arrogância. Assim seja.

29 de fev. de 2012

Sobre o que se quer...

Seja uma pessoa simples. Seja algo que você mesmo possa amar e entender.. esqueça o resto, as fórmulas, os conselhos fúteis, os padrões, grifes, selos e etiquetas. Esqueça idas, vindas, garrafas vazias e mentes dopadas. Em tempos de tanto brilho artificial, tanta plástica e caras de bunda, tanto adoçante e shortinhos curtos, o atraente fica por conta da simplicidade. O menos enfeitado se sobressai numa multidão que luta para ser cada vez mais familiar uns aos outros. Esqueça tudo, menos disso.