26 de jul. de 2010

Eros, o agridoce...


Eros... 
Do grego desejo, carência, o desejo daquilo que falta... paixão desenfreada, espírito de conquista, luta do coração, emoção aflorada.
O amante quer aquilo que não tem. Se, por definição, impossível para ele ter aquilo que quer... logo que ele tenha...não quer mais. 

Eros, o agridoce. Doce, como quem deseja; salgado como o que repele.
Abraço e abandono - e mais ainda, a luta por novos abraços. Eterna reconcepção de perfeição, cíclica, viciosa e violenta.
...nada mais.


Salve Eros!


Não, ele não salva... ninguém.



19 de jul. de 2010

Pearl Jam - Given To Fly - Coisas que me dão saudade...


Bom saudações amigos... essa é uma música que fez parte de minha adolescência, e agora eu faço ressurgir de minhas memórias, pois me lembrei que amo essa letra e é sempre importante se lembrar do que você ama, especialmente de tudo que é bonito....
Boa semana!
 Capaz de voar...
"Ele poderia ter se acertado, acertado, mas ele não se acertou
Tempos difíceis...  nada poderia salvá-lo!
Sozinho num corredor, esperando, trancado, ele saiu de lá, correu por centenas de milhas...
Foi até o oceano, fumou em uma árvore -- o vento se levantou, colocando-o de joelhos...
Uma onda surgiu quebrando como um murro no queixo lhe dando asas... "Ei, olhe para mim agora..."
Braços bem abertos tendo o mar como chão...
Ele está.. voando!
Inteiro!
Ele flutuou de volta para baixo porque queria compartilhar, sua chave para os cadeados nas correntes que ele viu em todos os lugares...
Mas primeiro ele foi despido, e então foi ofendido por homens descarados, bem... Ele ainda está de pé!
E ele ainda entrega seu amor, ele simplesmente o entrega... o amor que ele recebe é o amor que está salvo...
E às vezes é visto um ponto estranho no céu: um ser humano que é capaz de voar!
Voando! Inteiro!"

14 de jul. de 2010

...Aí, sem ninguém esperar, o sol nasceu diferente...

Meio sorridente, meio cansado de chuva... e não adianta dizer que me recuperei rápido, porque a ferida ainda está na casca e meu sofrimento é bem mais antigo que qualquer boca possa julgar...

...Aí, sem ninguém esperar, o sol nasceu diferente...


PARA A TRISTEZA...

Companheira, sei que você vai chorar quando ler esta carta, mas quero deixar de ver você por uns tempos. Vai ser difícil para mim, pois me acostumei à sua presença, porém não vejo mais motivos para continuarmos juntOs. Não nego sua importância; em diversos momentos difíceis da minha vida você permaneceu comigo, mesmo quando todos se afastaram. Só que, com você, sinto que não ando para frente. Esse seu pessimismo me atrapalha.

Tenho tentado evitar você de todas as maneiras, e isso não é legal. Ainda mais porque sei que se magoa por qualquer coisinha. Mas basta você chegar e lá se vai minha alegria. Não agüento mais os seus assuntos mórbidos, a sua cara desanimada. Até sexo, com você, ficou sem graça. Nada mais broxante do que gente que chora durante a transa.

Perdi anos de minha vida ao seu lado, tristeza, acreditando em tudo que você dizia. Que o amor não existe e o mundo não tem jeito. Você é péssima conselheira para seus parceiros. Agora, chegou a hora de dar chance à alegria, que há muito tem mostrado interesse em passar uns tempos comigo. Ela me elogia, sabe? Você? O único elogio que eu lembro de ter ouvido de você foi que eu fico bem magro e de olheiras...

Veja bem: não estou dizendo que quero acabar com você para sempre. Sei que estou presa à você, de uma forma ou de outra, pelo resto da vida. E podemos muito bem ter os nossos momentinhos juntos, aos domingos ou em longas tardes de poesia. Só não posso é continuar à mercê dos seus péssimos humores, dia após dia, sabendo que você nunca irá mudar. Chega de fornecer moradia à sua pesada existência.

Desde pequeno, abro mão de muita coisa pela sua companhia. Festas a que não fui porque você não me deixou ir, paisagens lindas as quais não reparei porque você exigiu de mim total atenção, amigos que perdi porque insisti em levar você comigo a todos os lugares. Ora, tristeza, tente ao menos ser mais leve. Sorria de vez em quando, pare um pouco de se lamentar. Ou vai continuar sendo assim: ninguém querendo ficar com você.

Não vou cobrar o que deixei de ganhar por sua má influência, pois sei que tristezas não pagam dívidas. Mas quero de volta meus discos de dance music, que você tirou da prateleira. E minhas roupas coloridas, que sumiram do meu armário depois que você se instalou aqui.

Por favor, não tente entrar em contato comigo com as mesmas velhas razões de sempre. Não é a fria lógica dos seus argumentos que irá guiar meu coração daqui por diante. Quero ver a vida por outros olhos, que não os seus. Quero beber por outros motivos, que não afogar você dentro de mim. Cansei de sua falta de senso de humor, do seu excesso de zelo. Vá resolver suas carências em outro endereço. Como disse o Lulu, hoje de manhã, no carro, a caminho do trabalho: 'Não te quero mal, apenas não te quero mais'.

Bye-bye

(Do texto de Fernanda Young)

6 de jul. de 2010

Confissão

"Confesso: Fiquei ali parado, procurando alguma coisa que não estava nem esteve ou estaria jamais ali.
Vivi dias em que os ponteiros caminharam pra lugar algum; e dizem que os ponteiros sempre andam em círculos, mas é uma grande mentira. O passar do tempo, mesmo, só nas rugas, nos cabelos brancos, e onde cresce a crença.
Qualquer uma. De papai Noel até uma vida inteira.
E devo confessar também que amei de peito aberto. Que amei mais que poderia e deveria. Que amor quando em cascata se torna um veneno irremediável. Deve ser administrado em gotas, e por isso em mim foi fatal.
Confesso que exagerei. Exagerei um exagero poético, sentimental, louco, meio Chico Buarque, meio de Holanda, sem medida, sem compasso, sem Carne nem osso. Meio Almodóvar, meio Chaplin e meio Elis.
Confesso ter criado uma realidade que não existe; ter sonhado acordado e acordado atrasado.
Confesso falta de fé e total desesperança... e disso sim não devo ser culpado.
Confesso e assumo a culpa pelo crime, castigo e até pela pseudo paz quase predictória do abismo que confesso hoje: caí.
Confesso doçura. Doçura de aspartame. Emoção incontrolável e irreversível de um coração que se acelera rumo á explosão do fim. E que assim, foi a vida toda.
Confesso ter pensado ser melhor pra mim, melhor pra você, melhor para tudo que ruiu.
Confesso ter fugido com tudo isso nos bolsos.
Confesso também que tudo isso é piegas demais.

Meu veredito? Eu digo. Culpado! Culposo. Culpento! “Culpido”. Cuspido. Corrompido."

Rodrigo S.