30 de dez. de 2014

Coragem!


E então, falando nisso, quando você vai começar a se reconstruir, a se reinventar? O momento, a virada de ano, com todo o simbolismo de fim e início de ciclo, é mais do que propício. Não o deixe passar em vão. Mãos à obra; pés no caminho e coração empenhado. Assim, criará as transformações pelas quais anseia.

Feliz 2015, saúde, sucesso, paz e luz, e um grande abraço

25 de dez. de 2014

"Carta final à Srtª. Vergangenheit"

​Não importa o tempo quando já não há mais tempo. Não quero lembrar que dia foi hoje.

Preciso ser formal mesmo depois de todos esses anos. Mas como estou indo embora, e a única coisa que lhe deixarei em meu rastro meteórico será essa carta, que ela possa então ser uma lufada de vontade em tuas ideias turvas, e mais ainda um sopro vil de retribuição. Saiba também que mesmo tendo o poder de destruir você completamente, em 1 segundo, não o farei. Não é de minha natureza ser ruim, perverso e mal, ao contrário do que você idealizou nesse mundo louco que você construiu pra amenizar sua realidade escrota. Sim, seu pior castigo será constatar que ao menos um demônio que você inventou, simplesmente não existe.

Não entendo de onde vem essa vontade de destruir, se destruir e detonar os outros, como esses discípulos malucos que acreditam num paraíso atrás da destruição. Honestamente não sei o que se passa em sua cabeça; quando você criou essa imagem deturpada de mim mesmo, que sua língua enegrecida de mágoa e frustração decidiu pintar e borrar, em nossas memórias infinitas.

Não sei em que momento você começou a sentir raiva de meu progresso. Você voltou a ter 13 anos, inconsequente e vingativa, pra atirar seus frutos podres lentamente em todos em volta de você; isso sim, pois meu retrato está longe de ser o primeiro vitimado pelo pincel negro que você esconde no lugar da língua; eu digo isso sendo poético. E de verdade, você ainda deve ter 13 anos... eu tenho 32.

Sua alma roxa e escoriada de tanto "quase" escorre e espirra no progresso alheio, polui as baías e costas de nossa existência; destrói planos de fundos. E você continua no piche de seus conflitos, submersa até o maxilar, bebendo negatividade; um corvo pousou em tua testa e arrancou os olhos de teu bom senso; você deixou de enxergar tudo que é bom, virtuoso e gentil. Tudo que quer teu bem. Tudo que enriquece o caráter.

Fiquei, nos primeiros 3 dias, com tanto ódio que pensei em apagar suas fotos, apagar seus álbuns, apagar você da minha vida. Uma gentileza,

comigo mesmo e com todos esses anos de confiança que estão agora na lixeira. Mas depois resolvi que a melhor resposta era te ignorar. Mais que isso: era criar um eu de papel pra dançar com você, como este que deixarei aqui na sua sala. Um pôster de mim enfeitado com suas cores frias. Em um certo momento, parti pra cima de você com toda minha ira e me deparei com uma criatura inerte, indiferente, alienada e entorpecida da realidade. Você não vive mais no mesmo mundo que eu... e como isso é triste!

Mas preciso deixar bem claro, antes de ir em definitivo, quatro coisas para você encrustar na tela desse nosso quadro abstrato de sujeira e amor:

A primeira é que você não me conhece; nem 1/3 de mim; conhece uma parte - talvez as piores, que habitaram minhas confidências, e que aliás estão muito longe do que tua língua proclama; erro meu de achar que não seria nunca posto em julgamento por você. Te dar essa importância tem o fedor que precede uma descarga. Mas graças ao meu ser tacanho e desconfiado, te mostrei apenas essa ponta de iceberg; o resto será sempre um mistério para você, que afundada na lama jamais experimentará meu melhor. Deixo a você toda pressuposição que sua presunção desaforada conseguir montar. E deixo nesse pôster de papel um cordão com o pingente meu cinismo, ícone que só uso mesmo quando quero ir embora. Então não minta para si e nem para os outros: você não faz ideia de como sou bom, honesto e transparente. Ao contrário de você que carrega essa nuvem tempestuosa na cabeça.

Segundo: Já não confiava em ti, muito antes desse mar de merda. Por isso me precavi; essa parte boa de mim que compartilhou problemas e metas contigo não soltou nem a metade do que é real em mim. Não suponha entender meu coração. Há muito que você não sabe simplesmente porque a única coisa que você tem como plano é a ti mesma. (E Você está fazendo isso tão errado que chega a ser cômico!). Não conduza minha vida amorosa ao palco do teu circo de desgraças. Não use meu passado contra mim, pois meu passado passou. O seu continua um martelo vivo, esmagando e segregando sua sanidade a cada lua cheia. A verdade óbvia é que você está para trás, quando se trata de nós. Aceite isso.

Terceiro: Não sou capaz de entender sua inveja; minhas questões na vida sempre foram difíceis, nunca reclamei de minhas escolhas, nunca reclamei de qualquer ato ou fato de minhas condições. Lido, diariamente com meus dragões e demônios: brigo, enfrento, caio, levanto. Levanto e durmo de cara limpa. Venero e exalto o PROGRESSO, meu e de todos. Conquisto, faço, marco. Onde mora sua continuidade? Quem tem mesmo uma vida de merda? Quem mente pra si e pro mundo, se entorpece de mentiras e fugas, porque não suporta as próprias dores? Eu suporto tudo, e ainda suportarei muito mais. Te juro: tu nunca me verás no fundo contigo.

Quarto e último: guardarei, com todo carinho as memórias de um tempo em que você foi uma pessoa de bem; de princípios; que caminhava junto, emitia luz; se importava. Avaliava. Sorria com verdade. Esse tempo existiu e foi lindo. Infelizmente não posso mais participar desse mar de sujeira onde você navega. Ilusão minha achar que você nunca me respingaria. Você vive nessa névoa, se isolando do que é real. Como pode? Saiba que sempre te defendi. Sempre te elevei. Sempre te admirei. Tudo de coração e alma. Você tentou me esfaquear -- mas o que doeu não foi o golpe; foi saber (ou não saber) o que te motivou. Ainda mais quando eu sempre fiz tudo tão certinho. Eu penso mesmo que você só pode ser louca. Como essas prostitutas envelhecidas dos anos 20 – mas sem o glamour. Devia estar internada, interditada, vitimada. Levar choques, ficar amarrada. Mas seu hospício é teu próprio mundo, e todos os dias lá está você, torturada do sono ao meio dia, do almoço à meia noite. Aqui, o que ficou agora em mim de você foi um fantasma, que me lembra que todos os “errados” de ontem tinham razão a teu respeito.

Não preciso de PS's.
Sem mais, jamais.

Rodrigo S.




6 de out. de 2014

Vinho tinto


A maturidade vai te trazendo coisas que antes você não podia enxergar. Tem aquela coisa de velho, de passado nostálgico onde tudo antigamente parecia perfeito. Entendo isso quando minha correria e meu estresse diário me impede de admirar as mesmas coisas que admirava antes, com a simplicidade de hippie....rs
É um mosaico.
Mas as responsabilidades desabam sobre você. A vida é curta e quando se vai percebendo isso, vai se mudando de direção; você pisa no acelerador às vezes com mais vontade, mas com muito mais cautela, uma segurança diferente da impulsiva.
Eu penso mais rápido. Aprendo a hora de ir devagar. Aprendi que as algumas coisas vêm para te ensinar, e ensinam. Você arruma as prateleiras, pinta uma parede de um apartamento novo, toma uma taça de vinho, se embrulha no edredom... é tudo como antes, mas com mais classe... risos...
São 32 anos. Esses dias ainda podia gozar dos meus vinte e poucos. E quantas escolhas erradas eu fiz... mas hoje essas mesmas escolhas me fizeram tão melhor e tão mais sólido, seguro, honesto comigo mesmo.
Não vou delongar. Tenho transbordado. Tenho tido dificuldade para encontrar palavras certas. Silencio muito mais que antes. Falo pouco, sinto muito.
Fico com uma frase que ouvi no dia de meu aniversário; esqueci quem disse, mas diz muito: "Não é engraçado como aquilo que acontece às pessoas é tão igual a elas?"


Até!




2 de out. de 2014

Eleições 2014.



ELEIÇÕES: Esse meu texto daria quase uma reportagem, mas enxuguei o quanto pude. Leia e não vai se arrepender... Tenho evitado fazer certos comentários ou certas colocações, especialmente nessa época de política onde as pessoas são tão passionais com seus próprios interesses; simplesmente por medo de ofender. Não vou "tomar partidos" mas existem umas regrinhas a você que quer votar bem.

Então vamos lá: se seu candidato coloca em seu discurso parâmetros bíblicos, alcorônicos, budistas, xintroístas, HQ da Marvel ou de qualquer escritura religiosa, ele não é um bom candidato. Política e religião, quando se misturam, instauram um poder que é mau, opressor, e atende a interesses muito restritos. A inquisição atendeu por séculos interesses do clero e diversos senhores, oprimiu e mergulhou-nos nas trevas sociais, e agora, com o cenário quase nazista que se vê nos discursos cheios de preconceito e restrições idiotas baseadas em idolatria besta, não será diferente. Deuses na antiguidade guiaram sociedades inteiras à caminhos tortuosos; adoração e posicionamentos políticos não se misturam. Não vamos longe: Hitler se ergueu com discursos religiosos e míticos. Então aprenda a separar as coisas para fazer as coisas direito.

Mais: Se seu candidato usa como argumento de mudança o ataque ao governo atual, ele também não é bom. Veja: quem quer mudança, inovação, ou tem um ideal sincero de prosperidade dificilmente ataca qualquer pessoa. E é preciso estar de idéias muito limpas para separar ataques de fatos. Não seja um desses que acredita em qualquer baboseira virtual, qualquer figura enfeitada com textos coloridos e postada ou qualquer citação sobre a Petrobrás(...).

Importante: NÃO VOTE NO AÉCIO! Se você discorda disso, realmente você vive em Nárnia.

Por fim: Saiba do histórico de seu candidato;hoje tive uma traumática conversa com pessoas que só conheciam três candidatos à presidência e não faziam idéia de em quem votar para governador ou senador e deputados estadual e federal. Será que aquele "marketing" de última hora nos cantos das zonas eleitorais funciona? Não sejam burros, ainda há tempo. Conheça os projetos, votem em candidatos que tenham idéias afins às tuas, ao teu meio social, e nesse processo aprenda a ver que há outras pessoas brigando por direitos, necessidades, infelizmente ainda básicas, das quais nosso país carece.




Pense bem e vote bem!

14 de set. de 2014

"Surto de silêncio"





Rio das Ostras, 15/9/2014...faz tempo, não é?
Novidades: eu tenho uma nova companheira nesse caminhar. Seu nome é Artêmis - seu vulgo, Tuíska. me roubou um lado da cama e outro no coração. Me acompanha nesse caminho, árduo, insano e puramente necessário...

​Que sejam boas as intenções, possíveis as metas, tangíveis os sonhos. Que seja tudo amor. As intenções, as melhores. Quer seja tudo paz.
Faz um tempo ando me calando para certos excessos de palavras. O mal entendido vem da dor do pecador, e já que somos todos pecadores, expressar algo sempre vai causar um certo desconforto- energia da qual, estou tendo grande sucesso em aparar e neutralizar.
Não vou deixar de escrever; não sei por quanto tempo meu "surto de silêncio" durará. Retomei velhos planos, abandonei alguns que não tinham sentido maior. A verdade é que tudo é uma eterna faxina... não adianta varrer a poeira para baixo do tapete, ou esconder certas imperfeições: tudo virá à tona; nenhum ato passará sem motivo; então que ao menos a intenção seja boa.
Meus afastamento é sincero: há quem venha a concluir que me retirei desta ou daquela presença por conta de alguma desavença: grande engano. A idade adulta despencou como uma avalanche implacável, as responsabilidades estão em ebulição; o momento requer trabalho árduo para cumprimento de metas e objetivos antigos, por tanto tempo e tantos motivos banais deixados de lado. Sãos escolhas difíceis, caminhos repletos de pedra, e chamados inevitáveis a navegar no imenso mar. Mas há o tempo da volta de da prosperidade, e neste tenho confiado minha própria existência.
Estou me refazendo. Eis a grande e simples verdade. Depois de tanto pairar como coadjuvante de objetivos que não foram meus, hoje traço meu próprio caminho. Caminho para mim sempre foi um conceito amplo, que sempre envolvia mais pessoas, uma comunhão que sempre me levava ao vazio. Hoje faço o que simplesmente sou, ando só para me encontrar.
Confesso que ainda tenho um único pensamento quando alguém me diz: Faz um pedido. Atravesso agora o agosto de minha vida, em busca da primavera. Li sobre alguém que dizia "Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.". Era mais ou menos isso.
Então se perguntarem por mim, digam que fui "me catar"!



14 de jul. de 2014

Das razões do invisível (Ou "Areia no vento")


Inverno de 2014. Num breve piscar de olhos em dias curtos.
Fato que quando ouço "Pedro" falar de "Paulo" sei muito mais de "Pedro" que de "Paulo". Quando as pessoas vão aprender que "a língua é o chicote do rabo"?! Exagerei nos ditados populares... mas certas lições - veja você! - são muito mais velhas que qualquer história... "A palavra é de prata, o silêncio é de ouro!".
O que fazer? Muito me peguei pensando nos últimos dias sobre esse comportamento; o de maldizer o que, por qualquer motivo, torna-se desimportante; geralmente são motivos pequenos, fúteis, falsas insinuações e verdades levianas. Pensei muito sobre o que fazer com as injúrias e concluí: quero ser melhor. O mal exemplo existe, infelizmente mas deve ser um exemplo de contrariedade do ideal. Ser feliz não depende do que os outros pensam ou dizem ao seu respeito, depende apenas de você mesmo. Me sinto grato por ter essa clareza, de discernir que aqueles que me feriram, ou ainda que me ferem, não possuem o poder me me converter exatamente naquilo em que suas energias vibram. Isso talvez seja o ingrediente essencial para quebrar o ciclo de ódio do mundo.
Quero ser apenas amor.

São dias difíceis esses...daqueles que resultam nas trilhas de uma vida; razão essa de minha ausência.

Volto em alguns ponteiros.


R.

5 de jun. de 2014

Um anjo voltou para o céu...


Você lutou.... foi quase um ano de sofrimento. Mas você lutou, até o fim. Você xingou, você sorriu, você chorou. Você deixou tantas boas lembranças...
Há tantos anos te peguei no colo, troquei suas fraldas... vi suas primeiras palavras. Te ensinamos a jogar vídeo game, a correr, a ver o mundo...
Você tornou todos mais fortes com sua coragem e seu sorriso. Até o dia do descanso final...
Thico, sempre lembraremos de você, como todo amor que tanto lhe demos... penso no tempo que poderia ter passado a mais contigo, mas sei que você foi feliz... e agradeço aos Céus pelo tempo, ainda que pouco, que pude ter a dádiva de ter você nessa vida...
Vai com Deus, vai com os anjos. Até o dia que nos reencontrarmos, que você ilumine a todos com seu coração puro e toda luz que irradia de seu espírito...

11 de mai. de 2014

Mergulhe fundo, mesmo que o dia seja frio...







Digo secretamente aos que passaram:

"Você encontrará o que busca, fará o que lhe aprouver, viverá conforme imagina, escolherá os próprios amigos, lutará com os recursos de que dispõe, decidirá sobre o caminho a percorrer, cultivará os pensamentos em que se compraz... Mas, se a Lei do Universo lhe faculta semear livremente, não o exime da responsabilidade de colher. Observe, portanto, o tipo de semente que você lança ao solo da vida, porque, no tempo justo, ela produzirá segundo a sua espécie."

Sobre "quem é você".




...e quando estiver por baixo, a sociedade vai te desprezar; quando estiver por cima, a sociedade vai te bajular. Nas duas hipóteses, você é a mesma pessoa: nem mais e nem menos. Ter esta certeza, mesmo com a sociedade tentando lhe convencer do contrário, vai te dar forças para crescer durante a baixa ou te dar o suporte psicológico necessário para o sucesso não subir a cabeça durante a alta. A moral é que a sociedade é hipócrita, interesseira e conveniente. Saiba de seu valor e não se iluda com o status... Ainda fico assustado com as pessoas, com a forma como se convencem de uma superioridade, ou medem umas às outras com o ter e não com o ser; mas, infelizmente, cada um vê o que pode.

ENFIM, EU LOUVO É À PAZ!

Uma deprimente verdade social... (Ou sobre copa e eleições)



Acho incríveis os "movimentos populares" e "protestos" organizados em redes sociais... hoje conheci mais um, proveniente das capitais: o movimento chamado "blackout" vai fazer cidadãos ligarem todos os aparelhos de casa nos dias de jogos para provocar sobrecarga no sistema elétrico, em dias estratégicos durante a copa. A mim, soa como o movimento do COMODISMO! Sim, hoje todos estão revoltados com a falta de estrutura dos hospitais e escolas; em ano político, aparecem vídeos, escândalos financeiros escabrosos, corrupção - todas coisas que sempre ocorreram sob a SUA vista grossa. Mas os protestos acabaram, o povo se acuou, tudo virou violência e, pelo que se vê nas pesquisas políticas - vide Garotinho na liderança pelo governo do estado do RJ, criatura tão imunda e corrupta quanto o atual, com a "demagogia auto-limpante" de ser "religioso" - ainda somos um povo que não se politizou, que assiste novela, lamenta e espera a hora da morte, e transmite estes mesmos valores aos filhos. Desculpem, não acho que seja sentados em casa, sem sequer ler um jornal e se dar uma formação decente, e compartilhando abobrinhas políticas sobre a copa do mundo e sobre o governo que algo vá mudar. Os protestos tornaram-se caos; mas acredito que a informação sobre políticos, a pesquisa de seu passado e seus feitos bastaria para mudar nossa história. Infelizmente VOCÊ opta pela burrice.

Ao meu bem maior!

"Mãe... São três letras apenas, as desse nome bendito.Também o céu tem três letras, e nelas cabe o infinito. Para louvar a nossa mãe, todo bem que se disser, nunca há de ser tão grande como o bem que ela nos quer; palavra tão pequenina, bem sabem os lábios meus: que és do tamanho do CÉU e apenas menor que Deus!"

23 de abr. de 2014

O explorador de paradigmas




Macaé, 22 de abril de 2014

Essa balança não se cansa de dançar. Acima, abaixo, ora todas as horas por um equilíbrio que não existe.

Não deixa um vão nem para um talvez. Triste foi o menino quando aprendeu a dizer não. E diziam antes que não aprenderia nunca! Sim, as pessoas erram predições; oráculos que se quebram de tão perfeitos. Estátuas gregas, Vênus de Milo, amputadas de tanta perfeição. Assim são as suposições do futuro. Assim são os planos e panos(...)

Não adianta correr, jovem: você vai perder um pouco de si: desse ideal empinado e lustrado ecoando de dentro dessa testa oleosa, enfeitada com olhos e cabelo. Não passa de um grande e peludo fantoche de carne.

Foi a madrugada. Uma bela manhã, acordei. Acordei inteiro: colado, remendado. Mas inteiro. Não sabia o que fazer com tanto eu, tanto mim, tanto meu. De tão eu, em mim, virei uma ilha! Lá estava o espetáculo despontado no horizonte dos olhos vis, pronto para encenar uma nova descoberta! O que esperar de um tempo onde todos os navegantes são cegos?

Permanece então a poesia. Com sua significância leve e ousada. Sim, não há poesia incapaz de invadir o corpo pelos olhos, colar nas entranhas dos órgãos, ceifar essa ilusão besta de que você está sozinho. É tudo mentira. Os únicos honestos são os espelhos. Que seriam de nós sem as pontas de aço brilhantes? Pedaços de metal frio, onde nos vemos de verdade!

Me via todo dia sem alguns pedaços. Mas assim, inteiro, viro um herói. Ou um vilão, quem sabe. Ninguém sabe de de um bom bocado dessa merda toda, que insiste em feder! Ou ninguém quer saber. Só eu, masoquista. Eu sádico, sátiro. Eu sei de tudo quando me debruço meia noite pra escovar os dentes, antes daquele falso descanso. Contudo, canso: a gente passa o dia mentindo que "é tudo pelo outro". Não é.

Quem é você? Quem sou eu? Eu sou uma ilha vulcânica, que se cresce sobre o oceano. Se devasta e se renasce com raiva. Eu expando. E você, do outro lado do mar, só acha que sabe. De tanto saber, viramos isso, esse mapa viking de continentes estranhos e monstros marinhos.

Juro por todos os anjos: não sei o que fazer com tanto eu. 20 segundos de coragem insana geralmente consertam tudo. Ou fodem tudo. Não importa. Importa o movimento. A transcorrência dessa porra toda. A expectativa estranha de um velho enfeitado de novo, um filme onde mudam as falas mas o roteiro é exatamente o mesmo.

Nesses pequenos momentos eu preciso transbordar(...)

Há momentos, eternos, impagáveis em sua vida. Alguns deles não passam mesmo de momentos. Alimentar uma nostalgia ou apelar para uma convivência hipócrita não vai mudar os fatos; de nada adianta nadar contra a corrente na linha do tempo.

Certo mesmo é manter a distância, pra não estragar todo esse "lindo". A arte da restauração é funcional nas obras de arte, quadros, paisagens e objetos inanimados, ou até em corpos que, por ocasionalidade, tenham sido deformados e são remendados pela medicina. Tudo arte. Mas nada disso é funcional nas sentimentalidades humanas. A afinidade de espíritos é mesmo algo delicado e caro. Eu posso perdoar fulana mil vezes e não conseguir perdoar fulano apenas num deslize. Em qualquer momento, eu posso sentir que o arrependimento não é sincero. É fuga de alguma coisa que não me cabe julgar.

Onde não há troca, não há nada. Seja essa talvez a teia do destino, equilibrando aranhas tecelãs, sugadoras de sulcos do espírito, definhando excessos intrínsecos e imperceptíveis.

Mas a pérola falsa são os interesses comuns; quando disfarçados de amizade, ou remendados de carências, ou ainda de vantagens ou "portais" para qualquer novo momento ou pessoa. O que dizer desses enganos? - me pergunto no momento em que o véu da caverna revela as sombras da verdade. Não direi nada: não é preciso narrar o que está subentendido.

A verdade é que um mergulho, profundo, nos pensamentos, opiniões e objetivos das pessoas pode afogar, fatalmente, esperanças de qualquer relação honesta de amizade e companheirismo. Surpreendentemente tenho amizades que achei que seriam ralas e breves, mas se perseveram por anos. Outras findam anos depois. Outras (poucas), fincam seus pilares para além da morte e da vida, mesmo com toda corrosão do tempo e das horas incessantes, do verbo e dos martelos implacáveis das circunstâncias.

São os mistérios da existência... as raízes ocultas de nossas árvores. Nesse percurso é preciso estar sempre chuvoso de bons sentimentos e expectativas melhores, pois o deserto do engano está à espreita nos horizontes da própria existência e de todas as suas relações.

O perdão? Deixo o perdão apenas para os enganos. O resto, deixo para os anjos.

"A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro." Platão


Por um mundo mais bonito!


31 de mar. de 2014

#EuNãoMereçoSerEstuprada


PS.: Se você é um desses bitolados machistas, nem leia. Não quero receber gracinhas por e-mail, nem comentários esdrúxulos. Vá ser "homem" na cadeia!


Sou de uma geração que viu muros sendo erguidos em torno das casas; na remota infância, lembro das janelas abertas, dos muros baixinhos e das conversas nas calçadas; E como qualquer garoto do interior, tinha sempre um terreno perto de casa pra soltar pipa ou jogar bola. A violência - que anda tirando lentamente a liberdade das pessoas - sempre existiu. O problema é a banalização. Hoje pela manhã um cidadão, em uma dessas conversas no canto do café, me disse que "a violência sempre existiu; é que agora a mídia está mais globalizada...". Não nego seu ponto de vista, e nem discordo, exceto de seu unilateralismo. A notícia hoje viaja com a velocidade instantânea dos satélites ou cabos de fibra ótica, mas o desequilíbrio humano aumentou. O estresse coletivo, talvez iniciado depois da revolução industrial, transformou a mente das pessoas; somos dependentes de hábitos e regras que quando rompidos por qualquer intruso, vira, em extremos, ódio ou tristeza desmedida. São muitas as formas de sabotagem: a auto-sabotagem, a sabotagem aos amados, aos odiados, aos desconhecidos, aos fatos... de todos os lados. Todos nos sentimos prisioneiros, de uma forma ou de outra.

Talvez agora, depois de tantos direitos de equidade, social e sexual, conquistados ao longo do século passado, a mulher devesse ter seu papel estampado na história. Os números no Brasil são alarmantes: um estupro a cada 12 segundos. Outros números, mais dolorosos, provém do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas: 65,1% das pessoas – incluindo homens e mulheres - concordam que a vítima é a maior culpada. Já 58,5% concordam com a afirmação “Se mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros. Não bastasse as muralhas políticas, sociais e administrativas que cercam (e cegam) nosso povo, ainda temos gente - homens e mulheres, os mesmos que pintaram a cara em 1992, ou ainda alguns que foram reprimidos e calados pelos amargos anos de chumbo, jovens que protestaram e ainda terão muito que protestar numa geração repleta de impunidade, com o descarado argumento fedido de que "...maior parte dessas mulheres pedem para serem estupradas, considerando seu comportamento ou suas vestimentas."

Como se uma burca impedisse um estupro. Como se um shortinho justificasse um abuso. Pior: justificam em religião, em um suposto deus tirano, com um livro que dita insanidades sociais e bitolação política misturada a pseudo-partidários da família e homens implacáveis dos "bons costumes", puritanos, pais de família, beatas, fanáticos... todos que castram nosso direito e fazem um movimento retrógrado nos direitos do outro. Destroem o pensamento livre em nome da opressão. Temos muitos estupradores em nossa sociedade; temos gente que estupra nossa vontade, estupra nosso crescimento, nosso direito de pensamento, estupra todas as igualdades. Estupra a liberdade.

Se você reage, é "feminazi". Transgressora, puta, bruxa, frígida. Safada, sapata, revoltada, mal comida.

Me trás de volta àquela velha infância, onde os muros iam se erguendo. Os muros, antes, eram só de concreto.


(Por Rodrigo S., em 31/3/2014, em TOTAL apoio à campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada)

20 de mar. de 2014

Conjunção Lua x Saturno

"Mas você não se cansa?" Sim. Todos os dias antes de dormir, penso que estou no meu limite. Tenho saudades de meus amigos, minha família, minhas noites socializando... hobbies que deixei de lado, livros que nã terminei... de estar presente em momentos importantes, conversar mais, trocar, compartilhar. Mas isso também me cansaria. Mesmo se eu dormisse o dia inteiro, ou passasse meu dia numa praiaou academia, ou inventando desculpas para procrastinar, continuaria cansado. A questão meu caro é que viver cansa! Se fosse tudo alegria ou tudo decepção, tudo cansaria. Viver pra mim é estar em pleno desafio, em tempo integral. A questão do que fazer com seu tempo é interna e pessoal demais pra se procurar uma concordância exata; seja lá o que for, sempre haverá sacrifícios. E nessa tela, a vida se pinta. O que mata são as olheiras que nunca tive! rs...



Registrando: Lua "eclipsando" Saturno.
20/3/2014 - 22:38
Boa noite!

20 de fev. de 2014

Fé...

Acredito que as coisas podem realmente ser melhores e vou continuar acreditando. Mesmo nesses tempos em que tentam me convencer do contrário. Acredito em curas que não existem, em soluções miraculosas, na fé dos outros e na minha. Apesar de tanta gente dizendo que tudo pode piorar, me baseio na expectativa do melhor. Não é inocência ou fé cega, é simplesmente me deixar ser guiado pelos "faróis de luz" enquanto há quem prefira seguir na escuridão pavorosa das tempestades. Há quem veja simplesmente um problema e há também quem veja uma oportunidade de melhorar.

Paixões Submersas



Se eu tive 3 paixões que me traduziram a vida toda desde a remota infância, essas paixões têm nome: aquarismo, astronomia e gemologia. A astronomia e a gemologia me conduziram às lendas antigas, mitos, à astrologia, aos critérios medievais tão pouco explorados sobre estratagemas e até medicina, aos misticismos em geral e à paixão por história.
Mas o aquarismo seguiu absoluto. Criar um pequeno ecossistema aquático, uma miniatura do mundo, criar e ver isso crescer fez talvez meu desejo de controle e superproteção florescer desde os primórdios de minha estadia nesta vida. Era quase brincar de Deus. Tendo aquários desde os 4 anos - presente de meu avô, que me lembro exatamente do dia em que ganhei, e até dos peixes que estavam lá - aos oito ou nove anos, quando começava a desbravar os quarteirões na saída da escola, sempre fugia para a loja de peixes. Um senhor, velho colecionador, proprietário da loja, e suas duas filhas, sempre me atenderam e me ensinavam coisas valiosas a respeito de criação de seres aquáticos. Minha presença era quase diária. Nem sempre comprava, mas me enchia de conhecimento, coisa que me preenche incomparavelmente até hoje.

Pela manhã, cruzei na sala de espera com duas senhoras, de rosto familiar; as duas filhas do senhor; estranho eu não me lembrar do nome de nenhum deles, mas me lembro de tudo que disseram. Já estão senhoras, aquelas duas jovens atenciosas que, junto com o pai, conduziam a loja de aquários e peixes e me preenchiam de conhecimento com tanto carinho e atenção. O tempo passa e evanesce as coisas menos importantes; os sorrisos, as palavras, os gestos e ações são mesmo eternos. Menos de 60 segundos, onde em minha pressa pude abraçar as duas irmãs e sentir a emoção de anos a fio; a tristeza quando, aos 16 anos, a loja tão presente em minha vida fechou.

A verdade única e inegável é que, no fundo, todos sabemos de tudo que é eterno. Verdadeiramente eterno. 

29 de jan. de 2014

Por que escrevo?







Perguntaram o motivo pelo qual escrevo. Respondo, fácil: escrevo pra desabafar. Pra não me tornar alguém regido pelos meus problemas - problemas que tenho, como todos, comigo e com o resto do mundo. Escrevo pra deixar opiniões, pré acabadas como estátuas sem polimento; como desenhos sem acabamento. Escrevo pra dizer o que sinto; se no futuro não for mais capaz de sentir aquilo, tenho um "backup" de mim mesmo. O registro do que senti é meu caminho de volta pra fazer de novo, fazer melhor. Meu tratado de memórias, meu diário de bordo. Quase sempre sou subliminar, ainda assim passional. Desejo provocar algo, uma epifania, uma concordância, um lapso de qualquer coisa. Escrevo pra tecer um pedacinho meu em algum lugar. E explico isso numa situação tão adversa intensa... mas me explico, me registo, me devoro - dias, meses, anos depois. Escrever é encher a dispensa de ingredientes pra me refazer; de pequenas tardes ensolaradas, manhãs embebidas sonhos, noites calmas ou tempestuosas. É meu caos. Escrevo pelo mesmo motivo que os pássaros voam: porque posso, porque devo, e porque preciso.

"Ele não sabe o que quer!" Disseram sobre mim. Não disse nada, mas pensei secretamente: eu quero tudo!
Caminhos... sempre novos. Até...

21 de jan. de 2014

Quem vê cara... (ou, desnível na pista)

Me perdoem o (inevitável) baixo nível do linguajar. Já conheci filhos da puta de várias ordens. Dos "queridinhos" da galera que se evadem das contas do bar até o que te lesa em seu patrimônio. Do engabelador ao descarado. Do político ao malandro. Mas o pior deles é o VAGABUNDO(A). O vagabundo acha-se o centro do universo; pega para si as mazelas do mundo. Por ócio, perde o bom senso na vida: não tem meta, não tem empenho. Anula o próprio futuro no pessimismo; seu objeto de prazer é o desprezo de tudo que não lhe represente um "proveito" . O vagabundo é pior, pois empenha tempo integral em diminuir o que elhe parece mais alto na VIDA, sugando o que não é seu, feito um parasita. Goza com o que não transpira para ter. Se aproveita e se engrandece com falsas palavras de espinhos. O filho da puta vagabundo precisa - de um modo bizarro - SER você, precisa da sua fibra, do seu caráter; precisa mascarar sua própria incapacidade e limitação na difamação - pois só "destruindo" sua insignificância tem a chance de aparecer. O vagabundo, coitado, de tão afundado, deixou de enxergar a si mesmo; coitada, aliás, da mãe do filho da puta, que nem puta é!

R.

13 de jan. de 2014

Epifania sonolenta de verão...



 ...não me lembro onde li ou quem disse, mas falava sobre pessoas reservadas e como são tomadas por arrogantes; os modestos por dissimulados e os avessos às "modas", esnobes. Ser autêntico se inverteu como uma ofensa pessoal à multidão. Ou você é parte da massa, ou você é metido. Estranhos valores...

Mas existe outro mal que é o do ser que se acha absoluto em filosofia, mas é inerte em ação. São dois males caminhando lado a lado: os cheios de si, e os vazios de tudo.

Boa noite!

5 de jan. de 2014

O melhor do mundo é de graça.

Tiro onda com meu quintal... literalmente!


Falando sério; um recado para quem vive maldizendo a vida, a sociedade, o sistema e tudo mais: 

Quando você parte pra ação de fato, e se empenha em ser melhor como pessoa, aproveitar e otimizar seu tempo, aceitar mudanças e ter visão holística das coisas, percebe quão desmotivante é reclamar incessantemente. Está calor, mas a praia está linda. A globo é um lixo, mas graças a Deus e à minha criação, minha estante está cheia de livros. O PT é uma merda, mas estaríamos a salvo sob o PSDB? Religião, sexualidade, profissão e filosofias são de cada um e não fazem caráter de ninguém bom ou ruim. As alternativas são muito simples: ou você é um pessimista que precisa venerar problemas ou se empenha em enfrentar e venera a beleza de viver... reflexão e ação! O movimento é a regra do universo.

E A NATUREZA VEM REVIGORAR! Boa semana!


R.


2 de jan. de 2014

2014 - "Om Namah Shiva-Ya" ("O sagrado em mim saúda o sagrado em você!")


"Me faça viver no palácio do Rei; me leve pra dentro do ouro escondido: sorrindo me diga que sabe o que sei!" 
(matematicamente é um mantra poderoso. Acredite!)

"Om mani padme hum" ou "...da lama nasce a flor de lótus!" - Evoca o renascimento e afasta as energias ruins.

2013 foi um ano difícil. Ano de azar, mas ano de luta. Ano que combinou o número 13 e vibrou em número 6 - duas coisas que eu detesto! Mas apesar de todo pesar, maior parte de minhas metas se concretizaram - 80% é uma ótima marca. Mas não quero falar do que desejo ter em 2014, nem sou tolo a ponto de tornar públicas minhas metas pessoais. 

Falo sim do que desejo ser, e o ioga me aproximará disso: desejo ser uma pessoa melhor, menos egoísta; desejo ser menos arrogante, ou melhor, transmitir menos essa "ideia de arrogância" que passo sem querer, sem ser. Desejo ser mais disciplinado com minhas atividades, com minha pontualidade, trocar os 15 min depois por 30 min antes; desejo produzir mais. Desejo discernimento para arquitetar planos e conseguir me conhecer melhor a cada momento, a cada provação, e me tornar melhor a cada problema que enfrentar. Desejo me concentrar mais. Desejo meditar.





 Quero uma monografia nota 10.0; quero um projeto final com 100% de aproveitamento. Quero não apenas mudar, mas ser o agente da mudança. Quero amar, mais e mais, tudo: amar os erros e os acertos. Quero aprender. Quero me cuidar. Quero perdoar. Quero ser melhor em cálculo. Não que eu seja ruim, mas preciso melhorar muito mais. Quero voltar a escrever com paixão, estar mais vezes no mar, (re)romantizar minha vida.



Meu ano de vibração 7, sabedoria. Quero a cura dos amados e dos estranhos. Quero meu renascimento. Quero uma consciência maior de mudança e evolução - não essa dos pseudo-agentes revoltosos políticos e sociais que mudam paisagens pelo incêndio, caos e palavras venenosas, ou daqueles que vivem para inflamar sentimentos sem sentido através do desejo vazio e da frieza, segregação e rejeição. Quero ter o poder de afastar tudo que for negativo. Quero buscar paz e serenidade para que a continuidade seja firme e promissora, nos planos físico e espiritual.

Esse ano quero arder enérgico pelo bem, pelo além, pelo próspero. Pela superação e pela cura. Feliz ano novo! "Om Namah Shiva-Ya" ("O sagrado em mim saúda o sagrado em você!")