31 de dez. de 2016

2016 - Trilha sonora







. Janeiro - Dancing With Myself - Billy Idol


. Fevereiro - Vem dizer - Dani Carlos


. Março - Thinking about you - Radiohead


. Abril - You're the Storm - Cardigans


. Maio - Wicked Game - (From Game of thrones season 6 trailer)


. Junho - One - U2


. Julho - Último Desejo - Maria Bethania


. Agosto - House of the rising sun - The Animals


. Setembro - Los Hermanos - Elis Regina


. Outubro - La isla bonita (stick & sweet tour) Madonna


. Novembro - Losing my Religion - R.E.M.


. Dezembro - What's up - 4 non blonds


. Janeiro 2017 - Bônus Track - Sweet Dreams - Eurythmics

26 de dez. de 2016

⏱⏳⌛️...

E, até hoje, mesmo agora, não sei se é o tempo que passa, ou eu que passo no tempo...


25 de dez. de 2016

Roda da fortuna (ou "conclusão sobre a porra do amor")


Duas pessoas que se amam só se aproximam em duas circunstâncias: para de fato se amarem ou para se consumirem - quando a piada maior desse mundo é que ambas, amar e consumir, giram a roda da vida!


R.

19 de dez. de 2016

Boas festas...



​​
Difícil começar a dizer. Não quero que essa seja uma dessas mensagens bobas de fim de ano, que estacionam no email sem nunca ser lidas. Cumpro minha função de emitir. Mas vou começar pelo começo, e tentar ser breve, ainda que sem cair no genérico. Como criei em mim e em meus atos, padrões, por padrões respondo hoje. Como sabem, estou passando um momento de interiorização, busca, cura e luta. Mas devo a cada um de vocês breves palavras, que espero que possam despertar bondade, mesmo onde aparentemente só haja escuridão.

Primeiro, seja o que for, faça com carinho. Faça com carisma. Faça com respeito. Coloque suas emoções no que você faz. Sua vida está terrivelmente errada se não há paixão, apego, preocupação é consideração com qualquer um que cruze teu caminho. Se o único beneficiado for você mesmo, não há sentido. Não há significado. Não há vitória individual. O amor está em tudo. Especialmente naquilo que não entendemos. No que não proferimos. No que rejeitamos, de maneira infiel e vulgar. Ou no que abraçamos com nobreza e perdão. O amor mora no irreal. Habita a desarmonia nos homens. O amor o é por si só: em excesso ou na falta, sempre estará lá. É luz e sombra, presença e ausência. Provoca, seja o que for. Ou no raro equilíbrio das coisas, faz crescer. Floresce em si o que carece de mudança. É a inteligência do sentido maior de estar na carne: sentir o outro. E esse sentido se perde se você só pensa em si. 

Seguindo, compartilhe! Andei assustado com as pessoas, com o individualismo do mundo. Com as indulgências e trocas torpes que as pessoas batizam de amor na água desbenta do engano. Hoje pode ser o último dia de alguém. Essas podem ser as últimas horas de uma vida inteira. O futuro é tão incerto, que nossas certezas podem ruir, a qualquer minuto, num castelo de areia. Mas há, e sempre haverá a esperança. Um instante pode mudar a eternidade. Quanto tempo se leva para reconstruir uma eternidade? O mesmo tempo de um instante! Mude hoje. Faça hoje. Diga hoje. Encontre nos erros a solução para viver. O recomeço é nesse instante. O impossível agora é o breve instante futuro onde todos os destinos poderão ser mudados. Seja responsável. Seja honesto. Tente, todos os dias, deixar seu melhor em alguém. Essa é a real recompensa da existência.

Por fim, apenas ame. Ame sem porquês. Ame sem medo. E quando o medo vier, enfrente. Não tema o outro. Não tema a si mesmo. É verão e faz frio no mundo. São os egos que estufam de enganos e desenganos. Ponha, agora, beleza por onde passar. Não há nada mais importante que deixar o seu melhor. A única herança verdadeiramente real. Parece, aos nossos olhos, que o queixume e a covardia que movem este planeta. Mas não, não deve. O tempo deve sempre se mover para o melhor. Estamos todos "condenados" à evoluir. E quanto antes pudermos melhorar este mundo, neste exato instante, será a marca futura para que o bem prevaleça.

Nesse instante, peço a vocês perdão por toda palavra de ofensa. Por todo veneno que possa ter se criado em qualquer circunstância, sem certo ou errado. Peço a vocês perdão por minhas imperfeições, em tantos momentos. Todas as ausências (que mesmo que fujam ao entendimento de cada um, foram necessárias), todos os excessos(falhas que ainda posso corrigir); peço perdão por pecar. E se há pecado, o pecado é o de não se importar. Neste mundo, existe um grande plano para cada um de nós. Plano com prazos, exigências, demandas, sacrifícios e desventuras - necessárias para um bem maior. Peço perdão por todo veneno de minhas palavras e atos, fatos, ofensas, arrogância e deslizes. Peço perdão por todos os momentos em que me perdi, que agi com irresponsabilidade, que agi com aparente indiferença - coisa que absolutamente e unanimemente não compõe minha natureza. Peço que cuidem da sua saúde. Da saúde dos que estão em torno de ti. Emanem teu melhor. Deixe fluir as energias do fundo do seu ser: seu ser infantil, amável, puro, despreocupado e livre e julgamentos. Nesse momento sou apenas amor e perdão. E me sinto frágil nos espinhos do mundo que, por hora, me acerca. Quero ser, e quero que você também seja, luz na escuridão.

Desejo não apenas um 2017, mas uma vida inteira próspera de bons atos. Próspera de amor. Que a matéria signifique menos. Que repensem nesse natal as coisas boas e simples que podem fazer por qualquer ser vivo que cruze seu caminho. Nos aparatos da verdade, na construção de algo sólido e bonito para o futuro. Estarei olhando por todos, vibrando em preces e toda luz que puder emitir, em pensamentos positivos de coragem e amor (coisas tão necessárias para constituir espíritos imperfeitos como os nossos!). 

Que recebam com carinho minha presença impossível nesses dias obscurecidos em que a natureza humana costura-se em mentira e indiferença, dias de hoje e que ainda seguirão. Mas com a certeza do Sol, de um jeito ou de outro. E possam ter esperança no amor. Amo você! Mesmo que cada pedacinho meu pereça no tempo, no erro de ontem, no óbvio de agora, no imprevisto imprevisível dos dias seguintes e na inconstância de todas as coisas: com toda superioridade do Cosmos, Amo você...

R.



18 de dez. de 2016

Quase ficção


Era uma vez um tempo cálido. Um templo perdido nos calendários dos homens. Quando todos os sóis eram dourados. Eu vestia uma armadura clara. O perigo parecia longe. A chuva era doce. Até as mentiras eram inofensivas, mesmo que dissessem que isso não existe... nesse lugar não havia julgamento, porque não havia o que julgar: eu vivi lá. Um dia meu castelo desmoronou. Minha princesa perdeu a coroa. Minha armadura quebrou. Então, eu vim morar aqui. Junto ao sonho de voltar...

Toque...


Conto das 0h- "Toque"

A dor andou me fazendo uns carinhos. Eu abracei. Acariciei a dor. Demora, depois tudo escorre: o lado de fora expõe a dor. Pele, pêlo e apelo. Aí vem a mágoa, a escória, o roxo que nunca sara. "Não toque em mim agora!" Por fim a cicatriz e a memória são os genitores do trauma... A carícia da dor é ingrata, falsa e inevitável. E pior, de tudo: mora em todos os abraços. Ah, Deus, podia ter me feito de pedra, enfeitando as calçadas e passarelas, de jeito que são os homens e mulheres que se admiram na arte alheia. Mas me deu um coração fraco. Agora? Eu que me cure, ou volte só pro pó das estrelas...

A morte do beijo


Conto das 0h: "A morte do beijo"

O beijo se perdeu. Lampejo. Desejo. Festejo. No choro, escorreu o orgulho. A boca, esperou o beijo - que não veio. O beijo veio correndo, atrasado, desajeitado. Depois parou. Escorregou numa lágrima, levou um tombo e se espatifou no assoalho da expectativa. O amor riu. As mãos até tentaram socorrer, mas o beijo sofreu fraturas. "Ninguém toca no beijo!". Esperaram socorro, que demorou. O beijo chegou morto no peito. Desidratou. Ou só desistiu no caminho. O amor velou. Depois, foi embora sem olhar para trás...


R.

17 de dez. de 2016

Ciranda do nunca mais (ou a evolução segundo Rodrigo S.)


Há alguma coisa se movendo em mim. E é estranho. A mesma estranheza de quem altera uma natureza. Talvez a estranheza do primeiro peixe que decidiu botar a cara para fora da água. Renascer de si, resolver coisas que serão irrevogáveis e sem retorno. Resoluções de uma vida. Será que o peixe que pôs primeiro a cara para fora d'agua pensou que poderia sufocar? Ou pensou que podia, um dia, ter pernas e pálpebras? Porra nenhuma: o peixe não tinha células suficientes para pensar. Eu tenho demais. Coração e cérebro empapados de células. Por isso esse furacão-abismo onde vou me jogar no escuro das incertezas. Algumas claras, outras matemáticas. Outras enevoadas. Mas vou. Organizar o raciocínio é meu ponto fraco. Meu cérebro pulsa, quase ao nível do coração cheio de sopros e taquicardias: são os neurônios distribuindo esse caos nesse furacão, que agora (certeza!) eu mesmo criei. Queria ser como é a maioria: viver de brisa. Correr passos certos. Não falar pelo nariz nem engolir o pensamento indigesto, que mando direto pro ventre que me prende essa merda toda. Queria ser camarão, como é a multidão. Digerir pedras no cérebro e expelir, sabe Deus (ou a biologia!) por onde, os incômodos de meus cômodos já cheios.  Estou transbordando, como sempre estive. Mas minha taça foi rachada. E rápido, bebo dessa água. Preciso. Afogo.
Pronto. Posso ir agora. O mundo gira sob meus pés e eu giro sobre ele. Acabou a brincadeira.

R.

16 de dez. de 2016

Poema-insônia numa noite de Verão no litoral


De toda coisa tomada de mim, de todo tempo escorrido na lamúria miúda dos miúdos já proibidos deste corpo ressecado, perdido entre mentiras e verdades, sonhos mágicos e espinhos, de todo passado escoriado, escorado na incerteza do nada, e na maledicência do pensamento poluído inconsequente e adocicado pelo aspartame-sentimento falso, de desterro: cansativa maldade de jogos de enganos, preso em concreto, desconcreto e desconcertante no adiante do novo sol que insiste em nascer, todo dia, pingando em orvalho a mágoa da madrugada, o roxo da pele que queima no sal do mar (onde arde a cura dos morenos incertos, filhos do litoral ou das cachoeiras, amantes costeiros!)


De todo desgaste, escolhas mal feitas, essência bandida e bastarda bastante e obstante, distante cantante da felicidade forjada e diluída no dilúvio das lágrimas já secas, agora em passos opostos dispostos transpostos apenas por horas e ponteiros secretos e indiscretos indescritíveis. (Choveu, choveu tudo que era nosso. E nossa! Chove todo dia...)


De toda calmaria falsa daquele mar onde tanto me faltou o ar para sufoco e ainda assim, foi pouco - por pouco, tampouco, oco. Ressaca! De toda chuva incandescente e gelada que tocou o teto em noites de frio e calor, dor e rancor, ranço de bebedeira, mamadeira, posições fetais, fecais, injúrias e acusações (nós embarcamos na barca da mentira, que leva direto ao inferno, mas eu saltei o lago de Caronte! Avante! Afronte Afrodite!). 


De tanta mágica e truque, espelhos, pentelho, espuma, cartolas e cartelas de tranquilizantes, analgésicos, calmante e óleo trifásico. Hidratante, purgante, ofegante - Galante! Fui herói de insetos e dejetos de amor e desamor. Comida de rua, carne crua, cama e palavras soltas. Horas de conversa, mundos inventados, mudos ideais falsários, navios naufragados na praia e náufragos com fotos nuas por todos os lados. De todo arrependimento, desprendimento, desvento, evento e desventura abafada na fartura de tudo: esterco e ouro. De tantas falsas conversas e tanto cansaço, escasso, descalço na varanda suja de outras bundas de nomes estilhaçados. Desenhos incoerentes no cosmos, lendas e fendas, como eu incoerente nesse mundo improfundo que não entendo - nem quero! (O mal de ter mil anos na alma, e outros milênios inteiros no peito é que se dorme muito mal...)


Ficou essa tatuagem. E uma estátua seca e fria de mim, no meio do jardim, ao lado do chafariz da fonte do esquecimento, onde finda o arco-íris da tempestade de nós.


Mas eu, pirata, levei o ouro no fim!


R.


ENIGMA PARA INTRANQUILOS

ENIGMA PARA INTRANQUILOS - Neruda

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"Pelos dias do ano que virá, encontrarei uma hora diferente, uma hora de cabelos em catarata, uma hora nunca mais transcorrida, como se o tempo se rompesse ali e abrisse uma janela: um buraco por onde deslizar-nos até o fundo. Bom, aquele dia com aquela hora chegará e deixará tudo mudado:

não se saberá jamais se ontem foi-se ou o que volta é o que não se passou. Quando do relógio cair uma hora ao solo, sem que ninguém a recolha,

e ao fim tenhamos amarrado o tempo, ai! saberemos por fim onde começam ou onde terminam os destinos, porque no trecho morto ou apagado veremos a matéria das horas como se vê a pata de um inseto. E disporemos de um poder satânico: voltar atrás ou acelerar as horas, chegar ao nascimento ou à morte com um motor roubado ao infinito..."



14 de dez. de 2016

Para o fim de dezembro (Perdão)



Quando feri, com palavras afiadas teu coração, foi um modo de dizer as verdades que ninguém jamais dirá a você. E foi doloroso. Como sempre foi afastar alguém que se quer perto. O sentimento não é novidade para mim. Portanto saiba: espero que de alguma forma as nuvens pesadas da tempestade que descarreguei sobre você, sobre nós, possa mover algo em você. Para mim foi como perder algo para que você pudesse ganhar. Para que você tivesse a força necessária e então pudesse vencer os demônios que que te afligem a alma e o espírito. Sangrei e te fiz sangrar, em momentos que agora fogem ao teu entendimento. O que fiz foi, não para que você possa me julgar, mas sim para que possa se julgar. Não espero que no futuro isso seja visto como nobre, heróico ou um tipo de sacrifício. Espero que faça brotar o sentimento da mudança em você. Espero que faça florescer a esperança de alguém melhor. Alguém que tire o mundo inteiro debaixo dos próprios pés e que não venha a estremecer com os excessos que cria no próprio falso-controle sobre tudo, que de tão falso, faz com que você se perca de si e navegue o vazio de atos, fatos e mentiras que tanto venera. Essa dor precisa de um fundamento concreto. Espero que você entenda. Estarei distante, sempre, mas com os melhores pensamentos em ti, para ti e por ti - até mesmo os que teu orgulho duvidosamente te convença que não.

Olhe para o céu estrelado, e eu estarei lá. Olhe para os relâmpagos e a chuva, e você poderá lembrar de mim. No fundo de um cristal bruto, poderá ouvir minha voz. No vento, no mar, no fundo de uma floresta. Eu sempre estarei onde o amor está.

R.

13 de dez. de 2016

Somewhere only we know...

"Book of Taelish" - segundo C. Squire. "Celtic Miths and Legends" em "A lenda do Graal" por Emma Jung e ML von Franz. Minha melhor descrição secular de 2016. [O desfecho.⭐️]

10 de dez. de 2016

Já estive presente

Já estive presente. O prazer é o de sempre. Entre todos os entres. Entre todos os entes, o prazer é o de amar.

Já estive presente. Hoje a dor é ausência. Encanto latente. De ressoar e sonar, a insônia indiferente. Sim, estive presente. E agora no vácuo, do abismo da ausência, onde morrem a rima e o fim. 

Já estive presente. Mas morro aos poucos, sem seus olhos pra olhar.
Antes era presente. E presença é passado: atemporal no meu peito. Temporal de preceitos, a obrigação de sonhar...

Já estive presente, e hoje a cura é infiel. Nosso estar é doença. Nosso toque é o incesto. Maçã podre na cesta. Infeliz e amável!

Já estive presente. Contente, coração e mente. Mas mente a boca, e engana o corpo - no torpor, anticorpo: repelente em palavras. Ainda doce por dentro. Expulsando do sangue a infecção, epicentro da dor.

Já estive presente. E você pressente. Mesmo prepotente, as batidas do meu peito. Rimando seu nome, que meus lábios engolem, e resseca a garganta, com saudade de amor.

Agora sou ausente.  E não importa o que você sente. O que eu sinto, já me arruinou.

Rodrigo S.


Epifania à luz do dia

É preciso pensar positivo. O mundo está cheio de corvos, gralhando negatividades, sussurrando tragédias e maus presságios. A mente deve pensar no bem, pelo bem e para o bem, mesmo quando o bem não parece aparente. 



A luta é inevitável. O pranto, a decepção e a dor são membros da guerra: acariciam com cravos os sonhos e dissipam a esperança daqueles que se rendem ao que é pequeno e vazio. Portanto, elevemos nossa mente nos mais altos patamares do amor universal. Tratemos o outro sempre com máximo respeito, não importa quem seja; não importa a ofensa. Exercite diariamente o perdão em si mesmo, não espere a ofensa ou o erro para aprender a perdoar. Chore quando necessário, tenha sempre o coração aberto. Lutar é preciso, acreditar que o universo conspira sempre para o bem, mesmo quando chegam as nuvens negras: as estrelas sempre estão acima. O sol sempre volta a brilhar. E todas as feridas hão de cicatrizar. Encontre sempre uma razão maior, livre de julgamentos superficiais e belicosos. Traga sempre o amor consigo. E quando vir o amor, abrace sem dúvidas. Se mostre, mostre suas fragilidades e faljas - não há meio mais coerente de ser forte e justo. 



Remover o gesso que criamos em torno de nós, ajuda a ter perspectiva. Expectativa. Metas. Futuro. Ser alguém que não simplesmente sobrevive em busca de bens materiais e status. Mine do fundo de si sua crença mais pura, seu valor mais importante é viva com a intensidade do sol que ilumina o dia. Intensidade não significa destruir-se no mundano ou entregar-se a auto-destruição, torpor e evacuação de energia. Busque no silêncio e na solidão a resposta necessária para ser um ser humano melhor. Mentalize o positivo. Afaste o hedonismo e a superficialidade - coisas que parecem ser o que verdadeiramente nos torna alguém no mundo; os valores do mundo estão invertidos. A idéia de sucesso e ser alguém bem sucedido está aleijada. As idéias de entregar-se a isso parecem socialmente corretas. Mas são efêmeras. Meras sensações. Que, quando evanescem no tempo e na vida, provocam vazio. Não viva de memórias e referências torpes. Viva de coisas que realmente mudem você. 



Para trazer o melhor de si, que está enterrado em toda mazela das pseudo-certezas que a vida e as pessoas nos incutem no decorrer da jornada, é preciso um profundo processo de interiorização. Seu emocional precisa deixar de ser apenas seu, e passar a incluir o próximo como prioridade. Cresça, em espírito, em solidariedade, em piedade e amor, pois o mundo está repleto da ilusão da matéria. Não seja apenas mais um. Não seja uma cópia dos erros alheios. Não seja nada que você mesmo não possa suportar.

R.


18 de nov. de 2016

Purgamor


Madrugada.
E ainda pareço vagar num mundo que não é meu.
As primeiras horas são sempre as piores. Dividido entre o cansaço, a angústia pelo sono ausente, a invasão indecente dos pensamentos afiados, que navalham impiedosamente músculos, Espírito, e pálpebras, mantendo-as escancaradas, expondo a íris inquieta e dilatada na escuridão. Logo as formas preenchem as paredes escuras com imagens. E as vozes do dia ganham forma: demônios alados, borboletas falantes, amantes perdidos. Dentre todos.os rostos nessa multidão-devaneio-insone, estava o seu. Sinto tanta falta dele. Tanta falta de ver você me olhando no escuro enquanto tentávamos dormir. De sua respiração, que de tão fincado em ti, tentava sincronia com a minha. Daquele patético espetacular de ouvir seu coração no meu. Agora não. Agora você é intangível, e sua voz é  a mesma voz desses demônios que insistem em perverter meu sono. Preciso ser honesto: não me lembro bem do seu rosto. De sua voz. De seu cheiro. Só me lembro de que te faltava. Me lembro, plenamente, de nossas horas. As horas, as horas mortas, ninguém toma de nós. Talvez por isso o passado pese tanto para alguém, que como eu, se deu conta lá pelos sete anos de idade que a tristeza e a falta de endorfina criam pânico e carências incuráveis ao longo da vida. Essa definição deve ter mil páginas freudianas, mais umas quinhentas de Jung. Eu só tenho uma parede, que perde o branco no escuro, e se torna o lar de monstros sorridentes que mastigam meu coração. Pronto. Colocar em palavras, ameniza a realidade. Cria perspectiva. Porra nenhuma! Cria distração. Não queria transformar minha dor em entretenimento alheio, mas os monstros aplaudem. Você aplaude. Toda vez que me desespero, ouço aplausos. Achei que podia ir em frente sem nada disso: cigarro, vodka e calmante. Mas estou nu, deitado no meu caos-lençol enquanto sonho que você me olha. Que pelo menos aplauda. Mas sua sombra é muda e aleijada. Mímica do medo. Crua, feia, maldita. Como tudo que restou de nós. Ah, como eu queria ser feito de pedra ao invés de carne. Invejo os que dormem rápido. Invejo os corações limpos. Invejo quem tem essa alegria orgânica de viver e correr pelas ruas de fone, sacudindo dos músculos as navalhas e suando dores. Tenho inveja de muitas coisas simples e pequenas que não me são permitidas. Porque essa consciência - por hora maldita - me tira o sentido e me preenche de sentimentalidades, paixões, feridas molhadas e enxaquecas. 5:45, antes do primeiro raio de luz, eu me vi e fui ao encontro de mim mesmo. Me abracei. Chorei, e acordei na névoa. 
[...]
Eu nunca saí de nós. Eu sou a parte perdida partida amarrada no nó de nós. 

17 de set. de 2016

Confissão de lua cheia


Lua cheia. Confesso a ti: tive receio profundo de enlouquecer. Não da loucura em si, mas dessa coisa toda que sou. Dessas idéias que não consigo concatenar. Dessas tantas bifurcações que compõem meu eu. Estive por um fio de perder o fio, o traço, o laço. Meu relógio quase parou. Tive cãibras, apatia, sopro e rancor. O mar dissolveu minhas dores. O céu me livrou da loucura. A terra encobriu as ruínas. O sol nasceu leve e alaranjado. O medo, meu dragão maior, lentamente se domou. Havia o sol e a lua, e nenhum eclipse desde então... Tudo virou raiz e vigas. Tudo está em paz na selva - a própria e peculiar paz que cabe a uma selva de sentimentos..

3 de set. de 2016

Nota mental

Ser maior e melhor, em espírito, depende unicamente das ações com o outro. Colhe-se aquilo que se planta. Mas pensar na colheita apenas é ainda forma infantil de interesse. É tempo de melhorar, sem esperar nada em troca... Não deixe o egoísmo te corroer feito uma doença... #Empatia #Amor #Paz


29 de ago. de 2016

Past imperfect

"Houve um tempo, há muito tempo, em que apesar de tudo, as lágrimas ainda secavam; e as feridas cicatrizavam na carne e no espírito..."


28 de ago. de 2016

L'amour



"‎Case- se com alguém que você gosta de conversar...

Por que quando o tempo for seu inimigo, e as linhas de expressão dominarem sua face e sua vitalidade não for como você gostaria, tudo que restará será bons momentos de conversa com alguém que viveu com você muitas histórias, que segurou as suas mãos inúmeras vezes, que lhe abraçou quando sabia que precisava e que lhe falou a palavra no tempo certo.

Vai se lembrar ao longo da vida de momentos felizes, engraçados, apaixonados e vocês ainda vão rir muito juntos.

Então lembre-se que a beleza passa, pois é vã. Mas o carinho, o respeito, o conhecimento este aumenta a cada dia.

Então case-se com alguém com quem realmente você gosta de conversar, porque ao longo dos anos, isso fará toda a diferença... "

Simone N. Athayde

27 de ago. de 2016

Fragmento


...Mas era, afinal, impossível não reparar na impossibilidade. Um lado era pura poesia. O outro, completamente analfabeto.

Permeando o eterno...

Palavras de sábio viver, em sublime condensação das verdades do universo. Recebidas hoje com carinho por mim, que tanto me perco na matéria...

"Vencida a ilusão, a paz retorna ao coração". - MALEDICÊNCIA ALHEIA - "Quantos de nós ainda padecemos em virtude da maledicência alheia, nos sentindo depreciados ou até mesmo injustiçados? Se cada um de nós se permitisse um momento de trégua com a própria dor ficaria evidente que, a gravidade do que os outros dizem está no valor que nós creditamos aos mesmos, pois não importa o que se diz, mas sim o que nós fazemos com tal. Na vida uma das maiores ilusões que o Espírito encarnado em aprendizado padece, é não conseguir enxergar para posteriormente aceitar que, apesar de vivermos no mesmo espaço cada um de nós têm o seu próprio mundo condizente com o que consegue compreender da existência. Quando alguém profere palavras indevidas à um sábio esse jamais se ofende com tal, pois sabe que na diversidade pode haver algo para ser aprendido e se o que foi dito não condiz com o seu modo de ver as coisas simplesmente segue em paz consigo mesmo, convicto de estar no caminho compatível com o que seu discernimento lhe permite ver. Jamais devemos esperar reconhecimento e aprovação do próximo, pois na vida cada fato é único condizente com o que se consegue enxergar de tudo e aquilo que o outro não consegue ver simplesmente não existe. Piedade para esses que mal dizem da conduta alheia, pois somente o tempo será capaz de lhes ensinar que: palavra dita é como flecha lançada, onde não se pode recolher as cinzas com a mesma facilidade com que se espalha. Fazer o que nós entendemos ser o melhor, norteados pela própria consciência, ainda é a maneira mais nobre de alcançar a paz que o nosso Espírito pede, pois verdades são conceitos que se renovam a cada etapa vencida."
Renato Moura



Reborn

Quando procuro o sentido, fica um silêncio. Um eco de todas as impressões. Todas falsas. Aí o sentido, agora perdido, dá lugar ao passado. Quando me dei conta do tamanho do erro neste cenário, decidi me buscar, me afastar do erro que tantas vezes abracei cegamente. Ser alguém melhor exige uma disciplina e uma busca de si que é quase abstrata. Uma saga me aguarda e agora me preparo para ela. É estranho esse ponto de (re)partida. Um divisor de águas de sua própria vida. Nesse ponto estou agora. Um caminho longo, cheio de medos e demônios, tabus e reformulação. Muito tempo sem perdeu. Encontrar-se só me faz conceber um novo ser em mim. Soma. Desconstrói. Assusta. Um processo de problematização do caralho! Mas sem ele, sem soluções. Nesse processo probatório de recriação de si através de novos trajetos e enriquecimento de si através do outro, e através do contato com meus medos posso dizer, sem culpa inclusive, que vou envelhecer uns 10 anos ou mais. Mas afastarei todas as sombras inúteis... assim será. Assim continua o diário de bordo, em novos mares. Novos-velhos craquens e sereias. Encantos e naufrágios. E um novo eu, dilacerado de mim mesmo. Lapidado do bruto passado. Here we go!






Time

...but sometimes, the time, this big fat liar, goes slow - as all liars do! - so slow that makes me to lose myself, as this very sand...

13 de ago. de 2016

Nota de esclarecimento

Entenda: escrevo para me esvaziar de sentimentos e para eternizar algumas poucas coisas que ouço, digo ou concluo. Escrevo pra me esvaziar de mim mesmo. Não tenho intenção de mudar nada lá fora ou aí dentro. Não tenho intenção de mandar recados, produzir indiretas ou destilar e disseminar qualquer tipo de idéia. Quando faço, faço para mim. Faço para sobreviver, despressurizar o peito e não explodir. Ou para criar vigas em minhas idéias e não implodir. Portanto, não pegue para si o que não possa carregar. Caso contrário, viro um peso - coisa que não desejo ser para nenhum ser vivo.


Tatuagem

Simpatia, estilo e bom humor - coisas de fato tatuadas em minha cara.


Tudo passa. Isso também passa.

Realidade...

Morning morning Saturday!
Fácil esquecer quem nos ofende com mentiras. Difícil perdoar quem diz a verdade a nosso respeito...

12 de ago. de 2016

Conselho de quem já foi...


Olha a felicidade ali! E aqui. E em todo lugar. Siga agora, as surpresas são inevitáveis. Mas seja como for, tente ser uma surpresa boa! Isso é importante a longo prazo...

11 de ago. de 2016

Um ponto


Evanescer, e com a sorte já afirmada, se refazer em outro lugar... Aqui, três pontos finais diferem das reticências.

6 de ago. de 2016

Epílogo


Epílogo: Eu não tenho medo daquilo que vive: tenho medo do que morre para sempre. Do que se esquece. Dos souvenirs. Do que quebra; dá e passa. E na hora de encarar os medos todas as máscaras caem. E nu, restam eu e o espelho. Livre de adjetivos. Livre de  medos. Livre de julgamento. Mas acima de tudo, livre. Depois de um mês, seu rosto desapareceu de minha memória. Mergulhei (ou fui empurrado!) na fonte do esquecimento. Estou, finalmente, livre.

5 de ago. de 2016

Perdas e danos

O tal do amor é um perigo. Dos grandes. Ele te deixa quando você menos espera, e volta quando você menos pondera. Some quando você segue. Até seca, mesmo regando. Amar é contra as regras. É contra as leis da física. É o ponto fora da curva. É a curva sinuosa na beira do abismo. Amar é louco demais. Mas não importa, viu? Os abismos, as curvas e as ausências. A destruição que se segue pela recriação. Amar faz com que eu me recrie. A cada dia de um jeito diferente. 


Então é desse jeito que as peças se movem no tabuleiro: levei trinta anos pra aprender a jogar. E como eu perdi viu... Como eu perdi. Tempo. Espaço.Tramas. Traumas. Banquetes. Tudo. Agora eu peguei um pouco do macete. E "lá vou eu de novo, feito um tolo." Com a lua guiando meu corpo, eu sou um lobisomem sentimental. Uivo. Mato. Morro.


Vou seguir como posso. Não tive muito o que ganhar até hoje. Não tenho muito pra perder também. Vou seguir. E sigo. Não até que a morte separe, nem até que a separação mate. Mesmo você já sabe: esses clichés não cabem. Amanhã vou aprender mais. Um caminho se encerra essa semana. Com ele, o benefício do amor próprio. Finda o fim de uma jornada incrível. Você nunca vai acreditar, na realidade, no quanto você precisa perder para realmente ganhar.

Fly high!

2 de ago. de 2016

Alvoreceres


Ele rezava. Implorava para que o Caos desistisse dele. Todas as manhãs. Todo alvorecer, quando as horas doem mais w mais. Mas, sempre em vão. Sempre em vão. Quando levantava, o Caos o tinha na palma de sua mão. Aí, tudo vinha. Tudo. Exceto o nada.

1 de ago. de 2016

A última dança de Ícaro


"Agora que todas as tramas se encerram, no final, um personagem importante precisa morrer. Para que todos aprendam para sempre a valorizar a vida e o amor."

27 de jul. de 2016

Equilíbrio distante

Nasci com uma deficiência. Grave. A completa ausência de hipocrisia. Olha que eu tentei: implantes, cirurgias, tratamentos longos. Nada: sou completamente ausente de censura e amante eterno das verdades. Mesmo aquelas feias e tortas. Mesmo as indizíveis - todas me fazem gozar. Como sobrevivi? Não sei. Honestamente. Era pra ter suicidado. Ou amargado no fungo da tristeza. Acho que já morri umas de mil vezes de ser eu mesmo. O problema foi a teimosia e o orgulho. Esses dois tumores talvez criaram defesas pra doença que me tornei em mim mesmo. Equilíbrio! Essa merda fede!


26 de jul. de 2016

Awaken

Foi como acordar de um pesadelo, e a única sensação que restou foi o vazio do tempo, que se perdeu. Mas a maturidade chega, e com ela perde-se a necessidade de correr. O tempo era só um adorno, que se não oxidou, vai oxidar. Tudo finda. Tudo recomeça. Assim, simples assim, a paz sempre retorna. 

25 de jul. de 2016

Renascimento é mais que ressurreição


Um belo dia, numa manhã orvalhada onde o sol pintava a cidade com cheiros evaporados de jardim, ele renasceu. Sim. Numa terça-feira. Seu corpo voltava a esquentar as brasas antes dormentes. Fumegava, carne e espírito. Num dia onde sentia-se capaz de qualquer coisa. Sobretudo, amar. O mar estava ali, testemunhando o homem que fora outrora - mar, sol e lua. Seus maiores cúmplices afinal. Limpo, sereno, caminhando em direção ao conhecimento mesmo este sendo tão desconhecido. Com a consciência limpa e fresca. Sem amarras. Sem correntes. Livre, sim. O vento era doce, e quase se podia dizer que, de onde jazia ele mesmo, nascia um herói!


"Duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor, duvida até da verdade, mas confia em meu amor."
William Shakespeare

23 de jul. de 2016

Obstáculos

...diminuir algo, colocar peso, ou menosprezar pelo simples fato de não saber o que fazer, não é questão de escolha, mas sim de capacidade...

Phoenix


Quando tomamos caminhos opostos, as folhas da amendoeiras estavam avermelhando. As amendoeiras são uma das poucas coisas genuinamente capazes de de nos fazer ver, em verdade, as fases e ciclos que a vida nos impõe. Era verão quando nos conhecemos. E o sentimento nos refrescou as idéias. O refrescar que se seguiu foi inevitavelmente abatendo a distância, nos aproximando, criando aquele calor pelo qual tanto me apaixonei. Uma tempestade, já anunciada, lavou toda pintura dessa tela. Não há visão mais patética que um amor que morre. É como deve ser a morte de um Deus. Uma fé que evanesce; um mundo inteiro tremendo sob um Olimpo de ruínas. A perdição em si. Depois do trovão, o silêncio. Hoje as amendoeiras possuem apenas galhos repletos de pequenos brotos, lembrando que tudo há de começar novamente. Lembrando que outros outonos virão. E os invernos serão sempre insuportáveis sem todas as peles que se perderam no tempo. A verdadeira graça do amor, cantado nas trovas dos milênios e eternizado em deuses superficiais, é a de não ser eterno. Mas estar sempre pronto para renovar-se. O triste, agora é ver em você apenas mais um exemplo de tudo que foi igual. Hoje vi um arco-íris. A chuva parou. Comecei outra pintura, a céu aberto, como reza a vontade em meu peito... Meu peito arde, como sempre. Sigo essa lenda em que acredito, ignorando previsões e profecias. Contra todos os contras. É simplesmente o que me mantém vivo. O amor mora em mim.



21 de jul. de 2016

Sacrifice


Estava justamente ali, exposta, a verdadeira beleza da ruína: a de não servir para mais absolutamente nada, exceto lembrar. Então livrei-me dos souvenirs...