19 de nov. de 2012

Do fundo do meu coração.


Ir ao fundo não é necessariamente tão ruim.
E às vezes, no auge daquele silêncio borbulhante de outro mundo, quando vou lá no fundo, tenho vontade de não mais voltar. Às vezes.



12 de nov. de 2012

Era uma vez duas irmãs: Felicidade e "Falicidade"

                     
 

Reflitamos hoje sobre a carta de Laudiceia, de um cantinho qualquer da bíblia - que aliás, nem leio nem creio, mas essa parte é absoluta em sua afirmação:


"...seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito".


É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Você já viu grandes narrações,

livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a inércia, a acomodação e o remanso.

Existe um tipo de pessoa com uma busca tão desesperada por cotidianos tranquilos, vidas tranquilas, amores tranquilos, dias tranquilos... não sei se eu sou o tipo de pessoa que etá sempre em busca de um problema, mas a regra que me move é o movimento. Já falhei em muitos aspectos, tive sucesso em muitos outros, mas a tranquilidade não me atrai. Prefiro acelerar a chegar depois. A ausência não me preenche em nada, a busca me deixa satisfeito, a busca por ser melhor, por tornar algo melhor, mesmo quando não é ideal. Aliás, o que é ideal? O ideal existe de fato, ou é você quem cria? As pessoas são tão omissas em entregar e tão pontuais em receber que o mundo está ficando cego e furioso; é tanta queixa que o pessimismo se tornou comum.


As pessoas querem caminhos em comunhão, e se esquecem que a felicidade é um poder interno; só nós individualmente podemos transformar o mundo num mundo melhor, numa transformação tenra, interna, íntima, de dentro para fora. Deixei muitas cicatrizes onde passei mas também deixei muitas jóias, muita alegria, muita mudança e assim pretendo continuar, sempre trazendo algo de positivo, algo que não seja queixoso, que não deixe uma fatia de vazio, oco e amargo. Me desacostumei tanto de me queixar que quando faço soa como comédia, do tipo mais mediana possível. Tenho medo de chocar, mas prefiro chocar que ser estático perante as coisas, mascarado, fingido ou mais ainda, fazer parte desse bando de gente que rema constantemente contra a maré pra buscar algo que nem elas mesmas sabem o que é. Exploro o desconhecido, mas não me alimento de imaginários ou sonhos estúpidos. Até emagreci de pensar nisso.




(...)




Parece que estou me desafiando musicalmente, não como essas correntinhas, e sim como um quase resgate de meus gostos mais primários. Um deguste abaixo.




Namastê! R.


7 de nov. de 2012

"Mnemosyne"


        Sou mesmo assim, tão difícil de entender? Me disseram, há bem pouco tempo, que possuo uma tendência forte a ser mal interpretado. Não sei se é de mim, mas busquei uma definição vaga, quase universal.

        O que eu quero e busco é tão simples, tão exato, que chega a ser idiota. Mas destoa dos objetivos alheios, cheios de arestas... da maioria esmagadora; vai contra, arranha, corta, mas não quebra. Por consequência, uma agressão sem fim. O que eu quero é tão simples que é também arranhado, velho, ultrapassado, estragado. Um souvenir cheio de saudades e nostalgias. Talvez seja mesmo uma coisa à moda antiga, esquecida séculos atrás. Sou besta, romântico, bobo, mais dedicado do que posso e sempre muito menos do que quero. Por isso essa sensação de estar sempre pra trás, sempre insatisfeito. É quase obsessivo, meio ilusionado, meio concluído-corroído, buscando uma pequena parte que está faltando pro perfeito. A verdade é que é completamente surreal, não há uma palavra ou termo pra descrever.

        Mas há ainda tantos sentimentos bons; mesmo sendo artista, sendo poeta, você pode esculpir as circunstâncias e criar uma realidade melhor. Aquele desejo profundo sempre fica lá, gritando, no fundo do abismo do peito, aprisionado, triste, angustiado. Mas em toda organização é preciso haver um prisioneiro. Um réu. Eu aprisiono meu desejo, ou ele me devora, me corrói lentamente e me destrói. No final todos somos prisioneiros de algo, e temos algo a aprisionar por pura defesa. Não adianta gritar: eu não sei onde ficaram as chaves. Talvez em alum lugar obscuro, pouco antes de eu perder a memória.

R.


...se eu fosse uma música...

...eu seria essa. Desde muitos anos atrás, e até hoje, e pelo visto, até o último suspiro...


A verdade é sempre algo que, intimamente, você sempre soube.