3 de out. de 2011

Vinte e nove...




Vinte e nove anos - 29. 348 meses, 1392 luas, 10592 dias, 254208 horas. São muitos os números possíveis; mais ainda os prováveis. A gente passa uma vida inteira repudiando coisas que podem acontecer; e vão acontecer. O aprendizado é dourado, a lição é de ouro. E tudo reluz quando se é capaz de iluminar. Seria muita presunção minha, que ainda espero viver tantas coisas, transcrever esse tempo em alguma lição. Mas me sinto no dever de informar que senti nos ossos o fechamento desse ciclo; a queda de paradigmas; fim de dogmas; retorno de Saturno; renascimento da vida; destruição e recriação - são muitos os nomes.

Agora sou adulto com dito e força! Mas no fim a gente realmente renasce. Depura tudo que serve e afasta o que, por hora, parece tão prazeroso e de repente se transcreve tão detestável. São mudanças necessárias. Não é mais aquela vida de retrospecto, apegada ao passado e rebelando fatos por novos e possíveis futuros: a gente simplesmente aprende a jogar com o que tem. E aprende que, quando se faz o melhor de si, a quantidade é o que menos importa no resultado final. Todos têm suas próprias razões... cada ser, individualmente.

Sempre vai haver alguém pra te surpreender, pelo mais ou pelo menos. Considero fortes as pessoas que têm capacidade de ser dignas e honestas, e mais ainda as que exercitam essa dignidade diariamente. Assim eu tento ser. Falho às vezes, claro. Mas compenso minhas falhas diariamente, me avaliando a todo momento. Tem muita gente que só usa espelho pra se pentear. O importante é não deixar arestas por onde se passa; nunca hesitei em voltar e consertar meus erros. Aprendi com cada um deles. Não esqueço meus acertos, honro meus compromissos - mesmo quando me atraso (rs). Errei algumas vezes em esperar que outras pessoas viessem consertar erros; me atrasei muito por isso, desde sempre. Mas agora que - astrologicamente falando - sou ariano, dizem os astros, há uma coincidente realidade nascida em mim: dou sempre o primeiro passo. Crio o primeiro estímulo das coisas. Essa atitude, hoje, me diferencia de alguns anos atrás. Me fez lembrar Cazuza - "Sou ariano. E ariano não pede licença, entra, arromba a porta. Nunca tive medo de me mostrar. Você pode ficar escondido em casa, protegido pelas paredes. Mas você tá vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho.".

E de fato muito de mim ficou pelo caminho. Sou e continuarei sendo marcante por onde quer que passe, mesmo que não fique. Hoje, a velha casca se rompe. Acho que nunca tive casca, porque sempre apanhei muito. Mas encaro a vida como um presente máximo da existência, pois sempre haverão aqueles dispostos a te levar ao abismo; mas é de tanto cair que se aprende a voar.

Abro aqui, minhas asas para a vida!

Rodrigo S.


"Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)


Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.


Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)"