14 de jul. de 2015

Sobre o bem e o mal.

 Um conto desbotado de terça - True story: Ainda há pouco, comprei umas coisas numa papelaria. Devido à pressa, e às tantas outras coisas que carregava, esqueci um caderno sob um dos braços e saí sem pagar. Uns 30 metros depois, ao me dar conta do que acabara se acontecer, voltei correndo para pagar pelo caderno. Enquanto pagava, fui agraciado com um coral de "parabéns pela honestidade!". Saí de lá pensativo: será que o certo, o bem a se fazer, deve ser mesmo visto como um mérito? O certo para mim, é simplesmente o certo; vivo numa geração onde o legal é estar por cima, se dar bem em cima da miséria alheia. Nessa concepção, o otário é quem diminui no sinal amarelo, quem dá a vez num cruzamento, esboça gestos gentis sem esperar nada em troca, quem tenta fazer o certo sem esperar uma recompensa maior por isso, seja no céu ou na Terra. Não existe mérito em ser correto. Ser correto é simplesmente o certo, nas mínimas ou máximas coisas. Não se deve esperar elogios ou recompensas. Mas cá entre nós: nesses mais de 500 anos de distorções, eu prefiro ser o otário. Mil vezes, em mil vidas.