17 de nov. de 2013

Por que simbolizo a sabedoria?





Por influência da mitologia grega, tanto que Athena, deusa da guerra e da sabedoria, tinha uma coruja como mascote. Os gregos consideravam a noite como o momento do pensamento filosófico e da revelação intelectual e a coruja, por ser uma ave noturna, acabou representando essa busca pelo saber. Há ainda uma outra explicação para tal relação, da qual, certamente, o animal não se orgulharia tanto. Com seus olhos grandes e desproporcionais, a coruja se tornou também símbolo da feiúra. Numa língua nórdica antiga, ela era chamada de ugla, palavra que imitava o som emitido pela ave e que daria origem ao termo ugly, "feio" em inglês. Assim, a coruja segue o estereótipo do sábio, que geralmente é tido como alguém mais preocupado com as divagações interiores que com a aparência externa... Mas não foi em todas as culturas que o animal se transformou em símbolo de inteligência...No Império Romano, por exemplo, a ave era considerada agourenta e seu canto anunciaria a proximidade da morte, e estava ligado diretamente ao Hades. Eu sempre simpatizei com Hades... rs... e como eu sempre achei os romanos uns bundões, e os nórdicos meio idiotas, fico com os Gregos!De todo modo, a falcoaria é um saber a mais! =)

12 de nov. de 2013

Tiro no pé, com bala ricocheteada no peito.


Acho engraçada essa "pseudo-felicidade" que fazem os casais em sua efêmera tentativa de estampar a felicidade, como se fosse um quadro de uma paisagem que não existe. Colorindo versos para tornar mais atraente algo que poucos querem realmente saber... Soa artificial, estranho, e pior: normalmente escorre rápida e efusivamente no córrego tórrido das águas passadas... Como se tivesse um botão nivelador entre "Amor de minha vida" e "Te odeio para sempre", com vários subníveis de sentimentos que necessitam ser expostos como uma experiência de laboratório, em redes sociais onde a maior preocupação de todas é forjar uma felicidade que, se olharmos bem de perto, não existe.
Eu sempre associei efusividade e euforia ao desespero. Quem precisa estampar, desde ofensas até sentimentos mais "nobres" está profundamente desesperado. Existe duas vertentes: estar feliz e se bastar neste saber, ou estampar felicidades falhas e efêmeras em maquiagens e máscaras. A presença de uma certamente denota a ausência de outra.
Falo por mim: sempre que quis exibir algo, estampar na galeria e esperar pela platéia quase sempre venenosa e sugadora, não era real; e honestamente, no fundo, sempre soube que não era... Sentimentos reais se bastam no sentir. A ostentação e a vaidade caminham de braços dados com a infelicidade e a insatisfação. E todas precisam de máscaras, maquiagens, e se despudoram na exibição.
Melhor não julgar; isso foi mais uma observação que um julgamento. Uma colocação aos tantos que se jogam desatentos no mesmo lago derradeiro da (des)ilusão.

10 de nov. de 2013

=)


"...e justamente porque eram diferentes havia encanto entre as pessoas!" (...)

3 de nov. de 2013

Depois da ausência... (Ou Tudo sobre o Mês de Outubro.)




Tudo sobre Rodrigo (ou histeria de mim mesmo)

(...) Já Rodrigo, mesmo parecendo um pouco sorumbático, ficava escancaradamente feliz quando via um casal de velhinhos, ou ainda com peixes ornamentais e aquários, uma noite estrelada, um bebê acarinhado pela mãe, o amanhecer, o fundo do mar, vinho merlot, caldo de ervilhas, sashimi, conversa com velhos amigos, gatos, filhotes de gato, conversa com novos amigos, confraternizações e comunhões, canários, trilhas por caminhos desconhecidos, lentilhas com bacon, pinturas renascentistas, labradores, crianças aprendendo a andar, trabalhos concluídos, pudim de leite, história, incenso, salmão, mitologias de todo lugar do mundo, segunda guerra mundial, sonhos de creme, perfumes, estradas vazias, montanhas enevoadas, um poema marcante, relâmpagos e trovões, capoeira, truta, artes marciais, canetas de nanquim, relógios, instrumentos astronômicos, posições de poder, lírios amarelos, banhos de chuva na beira da praia e planilhas bem elaboradas. 

Por outro lado, Rodrigo não gostava de gritos - especialmente em público -, ofensas, burrice, água de coco, música sertaneja, fanáticos religiosos, gente "cientifica/política/filosoficamente" alienada, descontroles financeiros, berinjela, suor alheio, "veneradores de problemas", libertinagens, demonstrações públicas de afeto, animais maltratados, adolescentes revoltados, Lulu Santos, traição, lagartixas, carrapixo, jóias douradas, fingimento, rúcula, papa de milho, lugares lotados, lugares lotados e lugares lotados (mesmo!), pensamentos negativos, broa de milho ("Só comia a de vovó!"), dentes cisos, canela, peixe ensopado, peixe frito, conexão falha, cronogramas atrasados, inconstâncias, linhas ocupadas, macarrão com arroz, histórias truncadas, chamadas não atendidas e promessas não cumpridas.





Nevasca Tropical


Não, não. Te explico - quase cientificamente: é que naquela época, ter amor próprio para alguém como eu, que tinha imãs presos no coração, era uma mazela cruel. Já fui suficientemente autopsiado pra entender o esquema dessa anatomia escrota.

Hoje não. Hoje a gravidade ainda me trai, entre 10 ou 15 viradas de ponteiro longo, mas me tomba de alturas bem mais suaves. O tempo dos abismos quase planetários e quedas livres, de peito aberto, terminou. Presunção óbvia a minha se disser que criei asas. Ninguém voa de verdade, e falo isso pra fuder essa poética aguda parnasiana, essa surrealidade fúnebre de divinizar o que se julga nobre.

Tenho medo de minha humanidade simples agora; deixei de enxergar umas 44 cores do espectro. Volta e meia sou tocado por um pó de sininho que me devolve a sensibilidade. Sou assaltado pelo passado remoto. Como uma droga dessas que - dizem - rebordam o sangue em momentos inoportunos. Volto, choro, me importo. Depois enrijeço, que nem gesso. Decoro pálido contornos e paredes sem olhar muito para os passantes. 

É tanta neve que de tanto derreter e congelar, um dia vai desabar essa montanha...
Passei mais de década esperando a entrada e discurso de paraninfo. Numa manhã nublada, descobri que eu mesmo era o paraninfo...



Sobre Poder e Vida...


As pessoas mais interessantes que conheço, mais fiéis, mais empáticas, não são tão escoladas; não são tão estudadas e, embora tenham a minha idade, não tem tão grandes ambições pro resto de sua vida. Uma peculiaridade que percebo é que mesmo com suas angústias pessoais, familiares ou profissionais, são pessoas muito mais felizes que as letradas, líderes, escoladas, que ocupam altos cargos, se estressam diariamente e ostentam alto poder aquisitivo. Não sei que inferno se esconde na busca desenfreada por poder e conhecimento. Cada caso é um caso, cada pessoa é uma, mas - por experiência própria inclusive...- percebo que o poder te faz mais frio, mas estático; a resiliência, aliás, obrigatória, te faz mais "inabalável" e consequentemente implacável em certos aspectos; porque essa pressão toda tem que escoar por algum lugar. Vivenciei pouco disso nos últimos anos, mas sinto que me mudou um pouco, na essência. 

A questão é aquela velha, se "dinheiro trás felicidade". Trás sim. Mas trás também poder e consequências. Uma melhor situação financeira, se você não for um empresário sortudo cercado de gente boa e confiável que faça bons investimentos de retorno rápido e tenha uma planilha "feliz" toda em verde e azul (..utópico?), gera uma certa úlcera; e amargura também. Posso me julgar financeiramente confortável hoje, mas tenho muito pouco tempo pra pensar e cuidar de mim ou de outro alguém. É um preço alto, impor ao mundo independência de tudo e terceirizar alguns sentimentos. Dá pra fazer um paradoxo incrível disso com o mundo econômico global, dentro de cada indivíduo. Vejo gente acima de mim, gente boa, gente empreendedora, mas que não viu os filhos crescerem, que tem asco do casamento ou que nem sequer conhece o parceiro, por pura inaptidão ou ainda incompatibilidade de um caráter (ou até dois...) forjados no fogo da batalha de mercado; ou ostenta amigos por trocas de favores - alguns impensáveis! - ou cont(R)(atos) de negócios.

É esquisito. É triste. Mas um blazer, um gel no cabelo e um cheiro de Ralph Lauren escodem algo bem mais profundo, um turbilhão de coisas com as quais não saberemos lidar. Não suportamos aquilo que queremos nos tornar, e perdemos o controle disso a longo prazo.

R. - Tudo sobre o mês de Outubro.