17 de set. de 2016

Confissão de lua cheia


Lua cheia. Confesso a ti: tive receio profundo de enlouquecer. Não da loucura em si, mas dessa coisa toda que sou. Dessas idéias que não consigo concatenar. Dessas tantas bifurcações que compõem meu eu. Estive por um fio de perder o fio, o traço, o laço. Meu relógio quase parou. Tive cãibras, apatia, sopro e rancor. O mar dissolveu minhas dores. O céu me livrou da loucura. A terra encobriu as ruínas. O sol nasceu leve e alaranjado. O medo, meu dragão maior, lentamente se domou. Havia o sol e a lua, e nenhum eclipse desde então... Tudo virou raiz e vigas. Tudo está em paz na selva - a própria e peculiar paz que cabe a uma selva de sentimentos..