5 de jun. de 2017

O amor, segundo Rodrigo Simões

Acho que ninguém nunca será 100% adequado a ninguém. Sério. Esse papo de alma gêmea, metade da laranja  é tudo uma grande balela pra ilustrar uma perfeição romântica que não existe. As pessoas estão cheias de imperfeições. Todas elas. Sejam físicas, temperamentais, de caráter (que é a mais séria se todas...), opiniões, gostos, e comportamentos divergentes.

Mas quando a gente sente alguma coisa mais profunda por alguém isso sublima alguns critérios que cultivamos por orgulho. Ou medo. Ou qualquer outra coisa que a gente se recuse a enfrentar perante a vida.
O amor - esse estranho, que no fundo é o que todos almejam nessa Terra - serve para nos trazer coragem. Não medo. 
Há quem viva apenas do desejo. E no desejo, trai o maior objetivo da vida. A necessidade de se sentir desejado transforma o ser humano em oco, com fardos cada vez mais pesados de trazer boas impressões no outro  - um caminho de correntes. A boa impressão deveria ocorrer naturalmente, em qualquer estância da vida. Caso contrário, você se torna um falso adorno da vida, sem valor ou nada de concreto, repleto de paixões e mesquinharias. 

O mundo está repleto de paixões e mesquinharias; em todos os cantos. O imediatismo faz as pessoas repetirem sucessivamente os mesmos erros, mentirem e ferirem os outros em nome do próprio ego. O amor salva. Machuca, dasatina, desregula. Mas salva. Vibro pelo amor, a mim, a você. A todos. Que o amor reduza a estupidez desse mundo. Que possa ser um fio de Luz e esperança em qualquer escuridão. Que seja a corda que te ergue do fundo. Que seja o ato que conduz toda nobreza necessária. A felicidade existe. E ela mora sempre em outro alguém. Quando encontrá-la, agarre-a. Viva. Seja intensidade num mundo enevoado de escolhas cinzentas...