14 de dez. de 2016

Para o fim de dezembro (Perdão)



Quando feri, com palavras afiadas teu coração, foi um modo de dizer as verdades que ninguém jamais dirá a você. E foi doloroso. Como sempre foi afastar alguém que se quer perto. O sentimento não é novidade para mim. Portanto saiba: espero que de alguma forma as nuvens pesadas da tempestade que descarreguei sobre você, sobre nós, possa mover algo em você. Para mim foi como perder algo para que você pudesse ganhar. Para que você tivesse a força necessária e então pudesse vencer os demônios que que te afligem a alma e o espírito. Sangrei e te fiz sangrar, em momentos que agora fogem ao teu entendimento. O que fiz foi, não para que você possa me julgar, mas sim para que possa se julgar. Não espero que no futuro isso seja visto como nobre, heróico ou um tipo de sacrifício. Espero que faça brotar o sentimento da mudança em você. Espero que faça florescer a esperança de alguém melhor. Alguém que tire o mundo inteiro debaixo dos próprios pés e que não venha a estremecer com os excessos que cria no próprio falso-controle sobre tudo, que de tão falso, faz com que você se perca de si e navegue o vazio de atos, fatos e mentiras que tanto venera. Essa dor precisa de um fundamento concreto. Espero que você entenda. Estarei distante, sempre, mas com os melhores pensamentos em ti, para ti e por ti - até mesmo os que teu orgulho duvidosamente te convença que não.

Olhe para o céu estrelado, e eu estarei lá. Olhe para os relâmpagos e a chuva, e você poderá lembrar de mim. No fundo de um cristal bruto, poderá ouvir minha voz. No vento, no mar, no fundo de uma floresta. Eu sempre estarei onde o amor está.

R.